Segmento germânico propõe realização da Bauernfest somente no segundo semestre
Se data for mantida em junho, grupos dizem que não participarão
Enquanto Petrópolis ainda tenta se reconstruir depois do pior desastre que já sofreu, um dos assuntos mais comentados é a possibilidade da realização da primeira Bauernfest presencial já no final do mês de junho, como tradicionalmente acontecia antes da pandemia. De um lado, há os que garantem que a cidade já terá, em cerca de 60 dias, estrutura para receber a segunda maior festa do segmento do país; do outro, há instituições preocupadas que a realização o evento ‘às pressas’ pode manchar o tradicional nome da Bauernfest entre os turistas. Enquanto isso, as obras seguem a todo vapor no Palácio de Cristal e devem ficar prontas no início de junho.
A presidente do Clube 29 de Junho, Juliana Hannickel, explica que o segmento germânico não é contrário à realização da festa, e sim que a mesma seja organizada de forma que garanta o funcionamento pleno de toda a cidade.
“O pedido de adiamento foi por considerarmos prematura a realização de uma festa desse porte, numa cidade ainda com marcas estruturais causadas por duas tragédias seguidas, além do luto e consternação de toda a sociedade, pelas mortes e perdas materiais”, explicou Juliana, destacando, ainda, que uma festa da magnitude da Bauern precisa ser organizada com cautela.
“O curto espaço de tempo para se preparar uma festa à altura das últimas, realizadas antes da pandemia, e as dificuldades estruturais e financeiras de todo o Segmento Germânico, são outros motivos para pedirmos o adiamento”, disse a presidente do 29 de Junho.
“Não é que não queremos participar ou que queremos tirar proveito financeiro da festa. Queremos que ela aconteça sim, só que mais para frente, no segundo semestre, para fazer à altura da última edição. Não podemos frustrar o turista, isso é um ponto muito importante”, ressaltou. Marcos Carneiro, presidente da Associação dos Grupos Folclóricos Alemães de Petrópolis.
Segundo a presidente do 29 de Junho, clube que detém os direitos da festa, a festa não contará com a participação do segmento se for feita ainda neste semestre.
“Nós, assim como a Associação dos grupos Folclóricos, não participaremos se for em junho. Uma festa com um histórico maravilhoso, organizada a toque de caixa, pode ser um tiro no pé. Uma vez malfeita, não tem como voltar atrás”, completou Juliana Hannickel.