Secretária do Tesouro dos EUA prevê meses difíceis e defende ajuda fiscal robusta
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, voltou a fazer uma defesa de um pacote fiscal robusto, no quadro atual de pandemia da covid-19. Durante entrevista à ABC News, Yellen enfatizou nesta quinta-feira, 4, a necessidade de “agir grande” e “com vigor” nos estímulos, ao destacar os grandes problemas econômicos enfrentados pelo país, como o desemprego e o aumento na pobreza.
Yellen afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está “realmente comprometido” com o tema e deseja um acordo bipartidário. “Ele quer cooperar”, disse.
Ao mesmo tempo, ela destacou a necessidade de “conseguir a vacinação das pessoas o mais rápido possível”, bem como de levar as crianças de volta à escola. Yellen descreveu os estímulos fiscais neste quadro como “uma ponte” que ajudará as famílias e as empresas, pequenos negócios incluídos, a superar o pior momento. Ela lembrou que muitas pequenas empresas fecharam pelo país, o que o governo deseja ajudar a reverter. “Elas realmente precisam de ajuda para continuar a oferecer os empregos que são tão importantes para tantos americanos.”
A secretária do Tesouro lembrou que 8 milhões de pessoas nos EUA recebem atualmente seguro-desemprego. Apenas no mês passado, 1,3 milhão de pessoas preencheram pedidos de auxílio-desemprego. “Nunca tivemos algo tão grande”, lamentou. “Temos de garantir que as pessoas tenham emprego”, disse. “Teremos alguns meses difíceis pela frente, antes de controlar a pandemia.”
Segundo ela, o pacote proposto por Biden pode reduzir a pobreza infantil em 50% nos EUA. A autoridade também se mostrou comprometida, em sua passagem pelo governo após ter sido a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a enfrentar problemas de longo prazo no mercado de trabalho “e questões de racismo estrutural”.
Yellen foi ainda questionada sobre a volatilidade recente nas bolsas de Nova York, envolvendo a ação da GameStop e outros papéis. Segundo ela, o Tesouro quer garantir que os mercados funcionem “de modo apropriado” e as autoridades irão discutir os eventos recentes.