• Scarlett Johansson protagoniza adaptação de aclamado mangá para Hollywood

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 24/03/2017 16:05

    Que Hollywood passa por uma crise de criatividade na criação de roteiros e filmes originais, não nos é novidade. Entra ano, sai ano, e somos presenteados com uma infinita onda de remakes ou reboots de obras clássicas da 7ª arte. Nesses momentos, nos perguntamos:  o que vale mais; uma releitura de algo visto anteriormente, ou a ousadia de uma obra original ? Difícil responder tal questão.

    Todavia, como em todos os casos, existem raras exceções que nos chamam a atenção, quando, por exemplo, o cinema toma emprestado para si, o direito de adaptar uma obra trabalhada em outra mídia. Caso do vindouro filme "A Vigilante do amanhã – Ghost in the shell", protagonizado pela bela Scarlett Johansson, que traz para a telona, o mangá de mesmo nome, originalmente publicado em 1989, com roteiro de Masamune Shirow, que foi imediatamente considerado uma obra prima para sua época, por seu tema cyberpunk. Uma espécie de Blade Runner nipônico, com coincidências bem próximas em ambos os lados.

    Na trama, presenciamos uma sociedade que vive em comunhão com a tecnologia, no distópico ano de 2029, sendo possível aos humanos, acessar diversos tipos de informações, conectando seus cyber-cérebros à esta rede de informações (acho que já vi isso em algum lugar). Como em todo tipo de ferramenta de avanço, existem usuários que a desvirtuam para cometerem crimes. Em resposta aos criminosos, são criadas unidades de serviço secreto, denominadas de Esquadrão Shell. É exatamente na unidade chamada de Seção 9, que acompanhamos as aventuras da Major Motoko Kusanagi (Scarlett Johansson), líder do pelotão, e de seu fiel parceiro, Batou (Pilou Asbæk).

    Produção do flime "clonou" Scarlett Johansson e as polêmicas envolvendo a adaptação

    Para recriar com a mais pura fidelidade algumas das cenas em computação gráfica do longa, a produção escaneou o corpo da atriz, produzindo moldes em tamanho real, com detalhes incrivelmente realistas para uma das mais importantes cenas do longa, o nascimento da Major, além de aproveitar este molde para cenas digitais, com uso de uma dublê virtual.

    Se por um lado os avanços tecnológicos da produção nos fazem perder o fôlego, do outro lado moeda reside uma polêmica que causou furor na época que a concepção do longa foi anunciada: a escalação da protagonista. 

    Um dos rostos mais carismáticos de Hollywood, e dona de uma carreira eclética, Johansson tem em seu currículo, atuações ao lado de nomes como; Hugh Jackman, por duas vezes (Scoop e O grande truque), Christian Bale (O grande truque), Morgan Freeman (Lucy), Bill Murray (Encontros e Desencontros), George Clooney (Ave César), orientada por grandes diretores, como : Christopher Nolan, Luc Besson, Sofia Coppola e Woody Allen.

    Com uma trajetória de fazer inveja a muita gente, podemos nos perguntar então : qual o problema ? A resposta é muito simples, pois esperava-se que a Paramount (estúdio responsável pela distribuição e parte do financiamento do filme), ao anunciar a adaptação, em 2015, traria uma importante atriz asiática a dar forma e atuar como a Major. No entanto, a Paramount manteve-se firme na decisão de trazer Johansson, e passou raspando no ódio dos fãs mais inflamados, ao deixar vazar uma informação de que talvez ocorresse um ajuste digital na aparência para dar-lhe exatamente uma fisionomia mais oriental, promovendo o chamado whitewashhing (algo como lavagem branca) ao transpor outra obra nipônica para o ocidente, numa época em que até mesmo o Oscar causou revolta ao deixar de fora de suas premiações importantes artistas de etnias variadas. 

    Na época, o fato causou mal-estar geral, ao momento em que a atriz Ming-Na Wen postou no Twitter a seguinte declaração : 

    “Nada contra Scarlett Johansson. Na verdade, sou uma grande fã. Mas tudo contra esse Whitewashing de um papel asiático”

    Diretor de Branca de Neve comanda o filme, prometendo respeitar o material fonte e prestar homenagem ao criador e fãs

    Polêmicas à parte, o diretor do longa, Rupert Sanders, que pode ser lembrado em sua função com o longa "Branca de Neve e o Caçador", explica que a escolha de Scarlett foi estratégica : 

    – Escolhemos um grande nome de expressão e reconhecimento mundial, para homenagear uma das mais icônicas obras do mangá oriental, e dar-lhe a projeção em âmbito global da maneira que ele merece, além de ser uma atriz em constante ascensão. Trabalhamos muito para homenagear a obra de Masamune Shirow, responsável pelo mangá original, e sua representação com o anime de Mamoru Oshii.

     Só nos resta aguardar pelo lançamento do filme para tirarmos nossas próprias conclusões e formarmos opiniões sobre o longa, com a esperança de que seja este, o ponto de virada nas adaptações de quadrinhos orientais para as telas ocidentais. Vamos nos esquecer desde já, do sofrível "Dragon Ball Evolution" de 2009. 

    Tribuna de Petrópolis trará crítica e promoção exclusiva do longa

    A Tribuna de Petrópolis recebeu convite para assistir o longa antes de sua estreia, e trará resenha própria sobre "A Vigilante do Amanhã". Aguardem.

    Em parceria com o Grupo Pop Fun, a Rede Cinemaxx, Webra Creative Lab, RJ Vídeo e a Editora JBC, a Tribuna de Petrópolis sorteará além de ingressos para o filme, o mangá original de "Ghost in the shell", e pôsters do filme ao público todos, de maneira limitada. Acompanhem nossas redes sociais para maiores informações.

    Últimas