Saudades da ‘Era de Ouro’
O Serrano começou a escrever sua história no futebol profissional por volta de 1978. Naquela ocasião, para disputar o campeonato Carioca, o clube petropolitano necessitava cumprir uma série de requisitos e entre eles estava a reforma no estádio Atílio Marotti. Tudo foi cumprido. E um dos que lançou o Leão da Serra na empreitada foi Carlos Gonçalves, que se tornou o presidente do momento mais especial. O andar lento e uma certa dificuldade de audição podem ser as marcas de uma idade avançada. Ele fará 91 anos nos próximos dias. Porém, nada que o tire a alegria de conversar com amigos sobre um de seus assuntos mais prediletos: Serrano Futebol Clube. Por muitos anos o presidente que comandou o mais popular de Petrópolis de 1979-1981 e 1986-1988 se recusava a falar com a imprensa, provavelmente mágoas guardadas por desacordos com membros de sua equipe de trabalho. Dias atrás, o dirigente aceitou conversar com a Tribuna sobre alguns pontos que marcaram a sua administração.
Ele guarda boas recordações de uma época em que o Serrano tinha cerca de seis mil associados, uma vida social e esportiva muito agitada e diretores que deixavam suas famílias de lado para se dedicar exclusivamente à instituição. E participou do momento mais marcante da história do futebol, no início da década de 80. “Nós possuímos um grande time de futebol. Posso falar com orgulho que o único que não vencemos aqui no Atílio Marotti foi o Fluminense. O resto caiu”, brincou Gonçalves, que é um dos alfaiates mais antigos de Petrópolis ainda em atividade. Contou que os adversários jogavam em Petrópolis temendo sempre o pior, já que além do elenco qualificado a torcida era um diferencia nos jogos realizados no hoje sexagenário estádio.