• São José, Servo Bom e Fiel

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  • 23/jul 08:00
    Por Fernando Costa

    Ao compulsar os alfarrábios canônicos da Santa Igreja encontrei inúmeras referências a respeito de Santo Afonso Maria de Ligório, C.Ss.R., (1696-1787). Foi bispo, escritor e poeta italiano. Fundou a congregação religiosa dos Padres Redentoristas. Nasceu Afonso Maria Antônio João Francisco Cosme Damião Miguel Ângelo Gaspar de Ligório. Destacou-se como escritor espiritual, filósofo escolástico e teólogo. Nasceu em 27 de setembro de 1696, Marianella, Nápoles, Itália, e faleceu em 1 de agosto de 1787, Pagani, Itália. Filho de  Anna Cavalieri Liguori e Don Joseph de’ Liguori. Sua Beatificação ocorreu em 15 de setembro de 1816; Roma; por Papa Pio VII. Pertenceu à Congregação do Santíssimo Redentor na Diocese de Santa Ágata dos Góticos.  

    Ao ensejo das celebrações do dia de São José, em 19 de março, escolhi algumas das meditações de Santo Afonso Maria de Ligório onde ele nos diz que “A glória que Deus concede a seus santos no céu corresponde à santidade com que viveram na terra.”  

    Para compreender a santidade de São José, basta olhar apenas para o que o Evangelho diz sobre ele: “José, seu noivo, sendo um homem justo…” (Mt.1,19) Santo Afonso disse que um homem justo é um homem de todas as virtudes; quem falha em apenas uma virtude não pode ser chamado de justo. Prosseguiu ele: “Se o Espírito Santo chama José de justo, ao ser escolhido como esposo de Maria, imaginemos a grandeza de seu amor a Deus e das virtudes que cultivou em seus colóquios e convivência com sua santa esposa, modelo perfeito de todas as virtudes.”  

    Ilustração: Fernando Costa

    A Editora Santuário produz esplêndida obra evangelizadora, de suma importância a nós católicos e daqueles interessados à boa leitura e aprofundamento em Doxologia,  Escatologia, Epiclese e enriquecimento pastoral. As sete meditações, por exemplo, publicada em 2021, ano em que São José foi declarado como Padroeiro Universal da Igreja. Inúmeros são os santos doutores da igreja, dentre eles Santo Afonso que dedicaram escritos ao esposo de Maria Santíssima e Pai Nutrício de Jesus. São José é exemplo a todos nós, pois, confirma as palavras de Jesus Cristo ao dizer que a santificação é possível a todos a exemplo de José, simples e humilde operário. 

    Nas Sagradas Escrituras encontramos diversos momentos diretamente ligados ao chefe da sagrada Família e outros que, por analogia se enquadram à nobre missão a ele confiada. Eis alguns momentos: Jesus nasceu, cresceu e até os trinta anos foi obediente a sua mãe Maria e ao pai José. Em Lucas (2,51) constata-se essa obediência filial. “e era-lhes submisso.”  “Também José subiu de Nazaré, na Galileia, para a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia.” (Lc 2,4). “Um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse-lhe: ‘Levanta-te, toma o menino e a mãe dele e foge para o Egito’.” (Mt 2,13). 

    Foto: Ana Luzia Costa

    “Ficou em Jerusalém o menino Jesus, sem que seus pais o notassem”. (Lc 2,43). “Desceu com eles e foi para Nazaré, e era-lhes submisso.” (Lc 2,51) “É precisa diante do Senhor a morte de seus santos.” (Sl 116,15). “Muito bem, empregado bom e fiel. Foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem alegrar-te com teu patrão!” (Mt 25,21)  “Ide a José e fazei o que ele vos disse.” (Gn 41,55). “Filho, por que fizeste isso conosco?” Teu pai e eu te procurávamos, cheios de aflição…” (Lc 2 – 4,8). Seguindo este fio condutor prossigo minhas louvações ao querido Pai, o bom José, não   obstante a exortação apostólica intitulada “Redemptoris Custos” tenha sido publicada em 15 de agosto de 1989, portanto, há trinta e três anos, durante o pontificado do Santo Padre o Papa João Paulo II, dando ênfase à figura e a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja, ela permanece viva e atual.

    A Carta Apostólica “Patris Corde” de SS. Papa Francisco convocou a Santa Igreja em 2021 ao ano de São José por ocasião das celebrações dos 150 anos da declaração de São José patrono da Igreja Universal. Esses documentos pontifícios tiveram como fios condutores a veneração ao glorioso São José, a quem foi confiada à guarda do Filho de Deus e que continuará por toda eternidade a preservar o corpo místico da Igreja. 

    São José serviu de forma modelar ao Redentor do mundo. Maria respondeu ao Anjo Gabriel e o seu “sim” incondicional aos planos de Deus, sem hesitações, foi fundamental. E São José disse “sim” ao Anjo enviado pelo Pai dos céus recebendo-a por esposa, como pontifica Mateus no capítulo 1, versículo 24 das Sagradas Escrituras. A obediência e a fé uniu a Sagrada Família iniciando-se pela concepção virginal de Maria, dando ao Divino Filho o nome de Jesus, tendo cumprido inclusive a circuncisão, oito dias após seu nascimento conforme a lei judaica apresentando-o ao Templo, quando foi abençoado por Simeão e Ana, seguindo-se a fuga para o Egito, por isso que veneramos a doce Mãe dos Céus sob o título de Nossa Senhora do Desterro e ainda o encontro de Jesus com os Doutores. Viveu e fez história, tão cheia de riscos, incertezas e perseguições. E São José humilde operário, fazia de seu trabalho a mais bela oração, educou o Menino Deus, prestou-lhe toda assistência moral e material junto à Mãe dos Céus na Cidade de Nazaré e ali Jesus crescia em graça e sabedoria.

    Fotos: Reprodução

    São José, orante e vigilante foi presente, atento e zeloso à vida de Jesus em todos os momentos de Sua vida, até Sua morte na cruz. São José aceitou os desígnios de Deus recebendo Maria em matrimônio, bem assim a paternidade de Cristo, Redentor da humanidade. São José, o justo, trabalhador a honrar junto à Maria seu mister de pai e mestre, mesmo no período em que Jesus preparava-se para o ministério público, ocultando-se de contatos com a população. São José e a doce Mãe estiveram ao seu lado.  

    Tanto em Mateus 1, 19 quanto em Lucas 2, 51-52 dentre outros momentos, as Sagradas Escrituras nos revelam o papel preponderante do querido Patriarca São José. São José Padroeiro dos Operários, por isso é reverenciado também em 1º de maio. São José em nome da Família brasileira e, por extensão, universal, na humildade de minhas palavras limitadas e desprovidas da beleza, mas que brotam do fundo de meu coração receba nossa gratidão. Que elas cheguem como prece sob vossa intercessão a doce Mãe e ao Divino Filho não somente para mim, indigno servo, mas em favor de toda humanidade.   

    São José um rosário de amor. Dobrem-se o sol e a lua àquele que entendeu a mais nobre expressão do “fiat” na jornada do Divino Verbo, uno e trino, o Deus vivo e nosso Senhor. E sob o pálio de Maria, a doce Mãe Santíssima esposa Vossa, em nossas tribulações recorremos a vós São José, volvei o olhar benigno sobre nós, herdeiros de Cristo através do abraço à cruz. Afastai para longe de nós o pecado do corpo e da alma e os vícios, sejam eles quais forem. Guardai-nos sob vosso manto como defendestes Jesus quando ameaçado. 

    Defendei vossa Igreja, da qual sois Patrono Universal, amparai-nos, a fim de que vivamos as virtudes que marcaram vossa santa vida e que sejamos alvos de bênçãos de vossa assistência na hora derradeira a que obtenhamos o céu e a eterna bem-aventurança. Abro um parêntese para um abraço a todos os pais, eles são o nosso “São José” de cada família. Elevo o pensamento aos céus aos pais já habitantes do festim eterno, dentre eles meu pai Waldemiro que no silêncio de suas ações, legou inestimável criação não só a mim, mas aos doze filhos que junto de mamãe trouxeram à luz. Que possam florescer em nossos corações os lírios da bondade por servir de sinal ao ensejo das bodas com Maria, aqui venerada e louvada com o titulo de Mãe Aparecida nas águas do Brasil. São José das mãos calejadas sustentou honradamente vossa família. São José, acolhei aos que sofrem aos que choram, enxugue nossas lágrimas e restabeleça a fé em nossos corações livres da pandemia, catástrofes e da violência física e moral.

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