Santa Missa de despedida de Dom Gregório Paixão é marcada por emoção na Catedral São Pedro de Alcântara
Após onze anos na Diocese de Petrópolis, aconteceu na manhã deste sábado (02), na Catedral São Pedro de Alcântara, a Santa Missa de despedida de Dom Gregório Ben Lâmed Paixão, OSB. Também no dia 2 de dezembro é comemorado o aniversário de D. Pedro II, que estaria completando 198 anos. Uma celebração será realizada na Catedral, neste domingo (03), em homenagem ao Imperador.
O sacerdote foi nomeado, no dia 11 de outubro, como novo Arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, substituindo Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, que completou 75 anos e teve seu pedido de renúncia aceito pelo Sumo Pontífice. Dom Gregório continuará exercendo suas funções até o dia 15 de dezembro, data em que seguirá para a capital do Ceará e tomará posse do novo cargo.
“Uma vida muito bem vivida, principalmente, quando a gente olha para trás e vê que ela foi partilhada pela força do amor. Essa é a minha história aqui em Petrópolis, esse é o meu testemunho e, principalmente, essa é a minha gratidão a todos aqueles que fizeram parte de minha vida ao longo desses onze anos. Eu tenho no meu coração de que o povo petropolitano é uma carta de Deus para minha vida. Me acolheram como pai, como filho e como irmão. Eu sou cidadão, por título, dessa cidade, mas fundamentalmente sou amigo dela, de um modo geral e por todos aqueles que fizeram parte dessa minha existência ao longo desses onze anos”, disse Dom Gregório Paixão.
Ele reforça que voltará, sempre que possível, para recordar todos os momentos vividos na Cidade Imperial e para continuar recebendo o carinho de todos os petropolitanos.
“A amizade vai continuar como sempre, pela força da oração e, principalmente, pelo retorno que farei tantas vezes, para recordar as alegrias vividas, para entender a beleza de tudo aquilo que foi partilhado e, de um modo especial, para receber e continuar recebendo sempre esse grande amor, de cada irmão dessa cidade, a quem eu agradeço profundamente e cuja gratidão, inegavelmente, será eterna. Desejo que todos sejam muito felizes, que construam uma cidade nascida pela força do amor, e que lutem por justiça, por esse mesmo amor, e por paz, porque é assim que nós devemos ver. Sejam muito felizes e mais uma vez, muito obrigado a todos os petropolitanos, a quem devo a construção desses onze anos da minha vida, como eu disse, pela força da amizade e do amor. E até breve, porque voltarei muitas vezes. Que Deus os abençoe”, reforçou.
O sacerdote, enquanto bispo da cidade e ouvindo os conselhos da diocese, foi responsável pela criação de seis novas paróquias: São Sebastião do Carangola (2013), Nossa Senhora do Bom Sucesso (2014), Santo Antônio de Nova Marília (2016), Santa Terezinha do Menino Jesus (2019) e as Quase-Paróquias São Charbel do Caxambu e São José de Água Quente.
Durante seu governo episcopal foram ordenados cerca de 28 padres e 61 diáconos permanentes.
O diretor-presidente do Grupo Tribuna, Francisco de Orleans e Bragança, destacou que a cidade sempre teve muita sorte com os bispos que passaram pela Diocese, e que Dom Gregório é uma referência a nível de história, compondo alguns institutos da cidade.
“Petrópolis sempre teve muita sorte com os bispos, nós sempre fomos abençoados, temos bispos excelentes. A começar por Dom Cintra, passando por Dom José Veloso, que foi fundador da Universidade Católica de Petrópolis, depois teve Dom José Lima Vaz que passou pouco tempo aqui em Petrópolis. E, depois veio nosso bispo Dom Filippo Santoro, que também foi excelente e hoje ele é bispo de Taranto, na Itália. E, finalmente, hoje em dia nós temos Dom Gregório Paixão, que é uma referência a nível de história, ele é um grande historiador, membro de alguns institutos de história. Ele é muito humilde, ele não fala, mas ele fez um estudo de antropologia na Etiópia, é antropólogo também e fala seis línguas. Eu acredito que a ida dele, por um lado nós estamos tristes, por outro lado nós estamos esperançosos que o próximo que vier, certamente vai ser muito bem escolhido”, destacou.
Além dele, a Família Imperial também esteve representada por seu filho Francisco, juntamente com a esposa Matthieu, Manuel, Cristina e Pedro Carlos, também acompanhado da esposa, Patrícia.
Representantes do Poder Público Municipal e Estadual também estiveram presentes na celebração.
“Eu tive o prazer de conhecer Dom Gregório, quando eu assumi o meu terceiro mandato e, de lá para cá nós construímos uma amizade. Ele sempre fez a gente lembrar que o poeta sempre falou que a beleza é ser um eterno aprendiz, e isso foi a história dele aqui na nossa cidade, mostrando que o mais importante é você ter fé em Deus, coragem e ânimo, que é importante para vencer os grande desafios da vida, e o que fica é isso tudo”, disse o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo.
“No caso de Dom Gregório é uma figura fantástica que leva as pessoas a extraírem delas próprias o que tem de melhor, e é isso que a gente espera das igrejas e da sociedade em geral”, disse o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
Uma década de história
Desde que chegou à Diocese de Petrópolis um dos seus sonhos foi a restauração da Catedral São Pedro de Alcântara, obra que realizou em 2021, após mais de cinco anos para aprovar o projeto no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outro desejo foi a construção de uma Cripta para sepultar com dignidade os padres diocesanos, hoje sepultados nos cemitérios municipais existentes no território da Diocese ou em suas cidades de origem. Ele deixa a Diocese com o projeto em andamento, sendo construído junto com a Capela Bom Pastor no Seminário Diocesano.
No entanto, ele destaca que uma de suas maiores obras na Diocese foi no campo pastoral, visitando e celebrando todas as paróquias – fossem elas grandes ou pequenas. As celebrações eram marcadas pela alegria do encontro com cada pessoa, que segundo o sacerdote, é o que mais gosta de fazer.
Futuro da Diocese de Petrópolis
Com a saída de Dom Gregório, inicialmente a Diocese de Petrópolis fica sem um bispo. O sacerdote permanece exercendo suas funções como bispo da diocese, até o dia 15 de dezembro. No entanto, na semana seguinte após essa data, será realizada uma reunião com o colégio de consultores diocesano – grupo composto por sete padres – que decidirá quem será o administrador até a chegada do próximo bispo.
O escolhido irá guiar a diocese como padre até a data em que o Papa Francisco decidirá quem será o novo bispo, o que deve levar de quatro a seis meses.