• Santa Cecília: legado e compromisso (IV)

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  • 16/06/2021 08:00
    Por Joaquim Eloy

    No dia 12 de outubro de 1923, nova reunião da Diretoria provisória da Escola de Música, a partir das 9 horas, no salão do Grande-Hotel Bragança, tratou das primeiras providências concretas visando a arrecadação de recursos financeiros para montar a administração da entidade.  Seguiam os novos dirigentes a mesma ação do fundador Paulo Carneiro, que sustentava sua Escola de Música com doações e concertos da orquestra. O numerário arrecadado era invariavelmente insuficiente para manter o ensino gratuito, o que não assustava a quantos depositavam fé nos ideais do querido e saudoso maestro.

    Sobre a construção do mausoléu do maestro, encabeçava a lista de doações a Associação Petropolitana de Ciências e Letras (hoje a Academia Petropolitana de Letras), a qual apresentava à reunião a lista elaborada para a própria Escola promover a arrecadação entre os professores e alunos.

    Recebendo a diretoria comunicado do empresário do Cinema Capitólio, Roldão Barbosa, reiterando o oferecimento de uma data, a escolher no mês de novembro, para um festival com resultado financeiro para a Escola, os diretores aprovaram um programa em duas partes: cinema e musical, contando com o oferecimento de um filme da programação normal do cinema e aprovando o envio de convite ao professor Carlos Paixão para que este proferisse uma oração na abertura do Festival.  A indicação partiu de Joaquim Gomes dos Santos que era confrade do professor Paixão na Associação de Letras.  Para garantir um melhor sucesso financeiro, oficiou-se ao Banco Construtor do Brasil no sentido de cessão gratuita da energia a ser consumida no evento, e, na ocasião, solicitando o perdão dos débitos da Escola junto àquele órgão concessionário do fornecimento de energia elétrica de Petrópolis, débitos anteriores do tempo do maestro Paulo Carneiro. Com entusiasmo e crença, a Diretoria fixou outras providências para a conquista do sucesso do projeto.

    Na reunião, foram lidos os rascunhos dos Estatutos e Regimento Interno para conhecimento preliminar. Os documentos firmados pela Comissão Especial tiveram ampla aceitação do plenário, que a tudo aprovou, com alguns retoques justos e necessários. Determinou-se a data de 21 de novembro de 1923 para a realização da Assembleia Geral para discutir os termos dos documentos aprovados na Diretoria e caso aprovados, promovidas as ações legais, entrarem em execução.

    Embora aprovada pela Diretoria a data da Assembleia Geral para discussão dos Estatutos e Regimento Interno, no dia 21 de novembro, resolveu-se por uma antecipação da data para 21 de outubro, quando a Assembleia Geral aprovou os documentos com alguns acertos que pouco alteraram o excelente trabalho da Comissão.

    Importante comunicado a todos alegrou pelo diretor procurador Salvador Pastore haver conseguido com o ilustre e competente advogado, dr. Lopes de Castro, a abertura e acompanhamento do inventário dos bens do maestro Paulo Carneiro, gratuitamente, ficando designado o presidente Oscar Monteiro para acompanhar, junto ao causídico, todo o processo.

    Na 3ª reunião da Diretoria, foi marcada a data do Festival de Cultura e Arte no Cinema Capitólio, dia 28 de novembro. Os diretores Reynaldo Chaves e Joaquim Gomes dos Santos foram designados para estabelecerem as démarches para a realização do evento tão aguardado. A cada diretor foi determinado um acompanhamento dos serviços prestados pela Escola para garantir um final de ano tranquilo para alunos e professores, com encerramento das aulas a 30 de novembro e transferindo os exames para o próximo ano de 1924. Em ata foram exarados elogios e agradecimentos às senhoras professoras Elfrida Kling Stratmann, Helena Margiotto e Maria da Glória Carvalho, pela dedicação às turmas, extensivos aos diretores de ensino.

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