• Detran-RJ já emitiu 2,3 mil carteiras de identidade para pessoas em situação de rua no Rio

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  • 02/nov 15:00
    Por Redação/Tribuna de Petrópolis I Foto: Reprodução/TJRJ

    O passado em situação de rua, com vício em drogas e álcool, do técnico de refrigeração Jorge Alberto de Souza Júnior, de 42 anos, ficou para trás. Ao entrar no Centro de Atendimento Integrado a Pessoas em Situação de Rua (Cipop), na Central do Brasil, ele deu novo sentido à vida: conseguiu tirar seu documento de identidade, regularizar sua situação e já sonha com inserção no mercado de trabalho e na sociedade.

    Jorge Alberto é um dos mais de 2,3 mil atendidos pelo Detran-RJ no Cipop desde abril deste ano, quando o espaço foi inaugurado para acolher e proporcionar cidadania às pessoas em situação de rua. Nos dois boxes da Diretoria de Identificação Civil do Detran-RJ são realizados, em média, 385 atendimentos por semana.

    “O Detran-RJ exerce um papel importante para que essas pessoas possam resgatar a cidadania. É preciso parabenizar o Tribunal de Justiça por esse projeto e pela parceria que deu muito certo. Nossa missão é ajudar pessoas que precisam de atenção especial do poder público”, disse o vice-presidente do Detran-RJ, André Mônica.

    Além do Detran-RJ estão no Cipop: a Fundação Leão XIII, a OAB-RJ, o Sistema Nacional de Empregos (Sine) e o INSS, entre outros. A aceitação do serviço já é notada, nas primeiras horas da manhã, pela fila que se forma diante da Central de Atendimento, na Rua Senador Pompeo, s/nº, atrás do prédio da Central do Brasil. Embora o atendimento só comece às 11h, as pessoas preferem chegar cedo em busca do atendimento, que se encerra às 16h.

    Para o motorista Leandro Gomes Cruz, de 43 anos, chegar cedo foi uma estratégia para reduzir a ansiedade. Com problemas de álcool e drogas e sem documentos, ele morou nas ruas e ficou sem emprego e sem ter como se reinserir no mercado de trabalho. Fez tratamento contra a adicção e, com a identidade em mãos, comemorou ter recebido uma carta de recomendação para emprego.

    “Estava morando na rua, sem alternativa. Quando soube do serviço, tirei aqui a identidade, o que me deu a chance de conseguir outros documentos e até ser indicado para um emprego. Agora pretendo retomar o contato com minha família”, disse Leandro, emocionado.

    Para o desembargador Vitor Marcelo Rodrigues, coordenador do Cipop, a criação do Centro de Atendimento atendeu as necessidades das pessoas em situação de rua, carentes de serviços essenciais. “Resgatamos a dignidade, a autoestima, a cidadania dessa população de rua. É um ambiente acolhedor. Estamos proporcionando a essas pessoas os serviços básicos”, afirmou.

    A atenção especial à pessoa em situação de rua é motivo de comemoração para o porteiro Gilberto Ferreira da Silva, de 59 anos. Levado a morar nas ruas após se separar da esposa, ele encontrou no Cipop o acolhimento necessário. Com a carteira de identidade, emitida pelo Detran-RJ, ele conseguiu outros documentos e teve acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas), do INSS. Por último, deu entrada na aposentadoria.

    “Cheguei aqui e me ajudaram em tudo. Agora eu moro em abrigo, tenho o benefício e aguardo a aposentadoria, que foi encaminhada pelos atendentes aqui do Cipop. Já penso até em ter um cantinho para morar quando conseguir me aposentar”, disse Gilberto.

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