Rússia processa jornalistas que mostraram incursão ucraniana em Kursk
O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia entrou com processos criminais contra três jornalistas nesta quinta-feira, 22. Um profissional da CNN e duas ucranianas teriam entrado “ilegalmente” no país pela fronteira da Ucrânia para realizar reportagens sobre a incursão ucraniana na região de Kursk, alega a agência.
A abertura do processo foi informada em um comunicado do FSB, que nomeou Nick Paton Walsh, cidadão britânico e correspondente-chefe de segurança internacional da CNN, além de duas repórteres ucranianas do canal de notícias independente Hromadske, Olesya Borovik e Diana Butsko. Os alvos das investigações não estão na Rússia e podem ser condenados a até cinco anos de prisão.
As autoridades russas abriram um processo similar em 17 de agosto contra dois jornalistas do canal italiano RAI, Stefania Battistini e Simone Traini, pelo mesmo motivo.
Os jornalistas fizeram reportagens na cidade russa de Sudzha, localizada a 10 quilômetros da fronteira com a Ucrânia e que Kiev afirma ter conquistado como parte da ofensiva iniciada na região de Kursk em 6 de agosto.
O governo russo convocou a embaixadora da Itália em Moscou e uma diplomata dos Estados Unidos para abordar o tema nos últimos dias.
A Ucrânia iniciou uma incursão no dia 6 de agosto e segue avançando na região russa de Kursk, onde seu exército pretende criar uma “zona tampão” para se proteger de ataques. Em paralelo à incursão, Kiev ainda realizou na última quarta-feira, 14, o maior ataque com drones em bases aéreas russas desde o início da guerra. Kiev afirma controlar atualmente 93 localidades e mais de 1.250 quilômetros quadrados. O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu “expulsar” as forças ucranianas da Rússia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)