• Rússia mantém juro básico em 7,5% e encerra período de cortes iniciado em abril

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  • 28/10/2022 08:34
    Por Gabriel Caldeira e Sergio Caldas / Estadão

    O Banco Central da Rússia decidiu manter sua taxa básica de juros em 7,5% nesta sexta-feira, 28, em reunião de política monetária. A decisão interrompe uma sequência de agressivos cortes que tiveram início no começo de abril e que levaram os custos de empréstimo no país a patamares mais baixos do que os vistos antes do início da guerra na Ucrânia, em fevereiro deste ano.

    Antes do início do conflito, a taxa básica de juros era de 9,5%, e foi aumentada a 20% logo após a invasão russa, para conter o derretimento do rublo. Desde abril, o BC da Rússia realizou seis cortes de juros.

    O BC russo avalia que o crescimento atualmente lento de preços de consumidores ajudará a desacelerar a inflação, que deve ficar em torno de 12% a 13% ao fim de 2022, antes de cair para a faixa de 5% a 7% em 2023 e retornar à meta de 4% no ano seguinte.

    A entidade monetária também diz que a economia da Rússia apresentou dinâmicas mais fortes que o esperado no terceiro trimestre, o que sugere uma contração mais branda do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, apesar dos choques causados por sanções de todo o mundo em resposta à invasão da Ucrânia.

    O BC projeta queda de 3% a 3,5% do PIB em 2022 e diz que a tendência deve seguir negativa em 2023, de -1% a -4%. “No entanto, o Banco da Rússia espera que a economia russa comece a crescer no segundo semestre de 2023. Em 2024 e 2025, o PIB crescerá por volta de 1,5 a 2,5% ao ano”, prevê.

    Quanto aos riscos inflacionários, o BC ressalta que há um “balanço” entre forças inflacionárias e desinflacionárias no horizonte de curto prazo. No médio prazo, porém, riscos inflacionárias permanecem predominantes e aumentaram desde meados de setembro, diz.

    O principal risco de baixa vem da possibilidade de que as famílias russas guardem mais dinheiro devido à alta incerteza atual, segundo a instituição. O BC ainda aponta para a fragmentação da economia e sistema financeiro globais como o ponto de maior preocupação entre aqueles que podem fortalecer a inflação.

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