• Rússia diz ser alarmista avaliação de que poderia tomar Kiev em dias

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  • 06/02/2022 19:36
    Por Estadão

    O vice-embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Dmitri Polyanskiy, qualificou neste domingo, 6, como alarmistas as novas avaliações de inteligência dos EUA – que estimam que a Rússia poderia tomar Kiev em dias e deixar até 50 mil civis mortos ou feridos. “A loucura e o alarmismo continuam. … e se disséssemos que os EUA poderiam tomar Londres em uma semana e causar 300 mil mortes de civis?”, tuitou o diplomata.

    O deputado Artem Turov, membro do partido Rússia Unida do presidente Vladimir Putin, acusou os EUA de disseminarem informações falsas e “fazer todo o possível para fomentar um novo conflito”.

    A Ucrânia, por sua vez, também disse neste domingo desconfiar de “previsões apocalípticas”, considerando que as possibilidades de uma “solução diplomática” com a Rússia são “muito superiores” às de uma “escalada militar”, após alertas dos EUA sobre uma ameaça de invasão russa em larga escala.

    “Não confie em previsões apocalípticas”, disse o chanceler da Ucrânia, Dmitro Kuleba, em uma rede social.

    As declarações foram feitas após a inteligência dos EUA indicar que a Rússia já havia estabelecido 70% do aparato militar necessário para uma invasão em larga escala da Ucrânia, que atingiria uma capacidade suficiente, de aproximadamente 150 mil soldados, para lançar uma eventual ofensiva de duas semanas.

    Segundo funcionários dos EUA, que informaram ao Congresso e seus aliados europeus, os serviços de inteligência ainda não conseguiram estabelecer se Putin tomou a decisão de agir ou não, mas ele está lidando com todas as opções possíveis, desde uma invasão parcial do enclave separatista de Donbas à invasão total.

    Deposição

    Para a inteligência americana, se a Rússia optar por um ataque em grande escala, a ofensiva poderia tomar a capital Kiev e derrubar o presidente Volodmir Zelenski em questão de 48 horas. Tal ataque deixaria entre 25 mil e 50 mil civis mortos, juntamente com entre 5 mil e 25 mil soldados ucranianos e entre 3 mil e 10 mil soldados russos. Também poderia desencadear uma avalanche de refugiados de 1 milhão a 5 milhões de pessoas, principalmente para a Polônia, alertaram os funcionários.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, já enviou dois contingentes de soldados americanos à Polônia para proteger os membros da Otan, enquanto os diplomatas trabalham arduamente para tentar persuadir a Rússia a retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia.

    Reforço

    Os EUA deslocaram 3 mil militares para reforçar a segurança do Leste da Europa, mas reiteram que não enviaram essas tropas “para iniciar uma guerra” contra a Rússia na Ucrânia, disse no domingo Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, que defendeu as avaliações atualizadas das Forças Armadas e de inteligência dos EUA.

    A Rússia nega ter intenção de invadir a Ucrânia e afirma que só quer garantir sua segurança. Moscou também anunciou manobras militares conjuntas com Belarus e enviou vários batalhões ao norte de Kiev e para a região de Brest, não longe da fronteira com a Polônia.

    Os serviços de inteligência dos EUA concluíram que a Rússia continua reunindo uma grande força militar em sua fronteira com a Ucrânia. Na sexta-feira, já havia 80 batalhões e outros 14 estavam a caminho a partir de outras partes da Rússia, disseram funcionários americanos. A Casa Branca também alertou que Moscou estava considerando filmar um falso ataque ucraniano contra o território russo como pretexto para invadir seu vizinho – algo que o Kremlin nega veementemente.

    A Ucrânia vem tentando há semanas baixar o tom sobre o risco de um ataque russo, enquanto tenta evitar mais danos à sua frágil economia, duramente afetada pela pandemia de covid. “As chances de encontrar uma solução diplomática para uma desescalada são consideravelmente maiores do que a ameaça de uma nova escalada”, declarou no domingo Myhailo Podoliak, conselheiro-chefe do governo ucraniano. Ele disse que provavelmente a Rússia está fazendo “uma guerra psicológica”, mas a Ucrânia e seus aliados devem “estar preparados para todos os cenários possíveis”. (Com agências internacionais).

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