• Ruim para uns e bom para outros

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  • 11/02/2020 14:46

    O que seria do verde se todos gostassem do amarelo, não é verdade? Pois é. Essa máxima também vale para qualquer problema que ocorra, por exemplo, na economia. Um período de chuvas torrenciais, como a que estamos passando nesse período de janeiro e fevereiro de 2020, é muito ruim para todo o trade turístico, por exemplo. 

    A imprensa divulga que está chovendo muito em Petrópolis, não especifica em que área em especial da cidade, e de forma geral os turistas não querem vir nesse período para o município. Hotéis ficam com os seus leitos vazios, restaurantes são impactados pela falta de clientes, atrativos periódicos ficam esvaziados, tudo isso somado ao fato do próprio petropolitano, nos dias de chuvas fortes, evitar sair de casa.

    Mesmo nessa situação ruim, será que alguém sai ganhando? Sim! Quem vende guarda-chuvas e capas se dá muito bem, afinal de contas a demanda aumenta que é uma beleza. Assim como, por exemplo, quem vende lonas pretas usadas para proteger encostas, afinal, todos ficam receosos em função de possíveis deslizamentos ocorridos por conta das chuvas fortes. Ou seja: no mercado, em via de regra, há uma alternância de ganhos e perdas em toda a sociedade. 

    Ainda nesse mesmo assunto, podemos analisar a questão noticiada nos jornais, onde se verificou que em janeiro de 2020 a poupança teve a maior retirada líquida da história de todos os janeiros já analisados. Para quem isso é ruim? Rapidamente podemos responder: para quem teve que sacar essa poupança, feita para ser utilizada futuramente em planos já imaginados e não para cobrir rombos financeiros que, aparentemente, foi o caso. 

    Será que isso é verdade? Vamos olhar por outra ótica. Mas, e se esses poupadores não tivessem esse dinheiro? Teria sido bem pior para eles, certo? Então, por essa lógica, não é tão ruim assim. Mas, por que essa notícia é alardeada? Dinheiro que sai da poupança cai no mercado consumidor e, logo, faz aumentar as vendas. Comércio e indústria em geral ganham com isso. Não é verdade? Quem perde então nessa questão? 

    Caso eu diga todos nós, faz sentido para você leitor? À primeira vista não faz nenhum sentido! Mas se observarmos no espectro amplo da economia, vamos verificar o seguinte: uma das formas de subsidiar o crescimento de um país é alavancá-lo através de investimentos em infraestrutura e em disponibilização de empréstimos a pessoas e empresas de modo geral. E de onde vem boa parte desse dinheiro? 

    Da poupança que nós fazemos. Quanto menos dinheiro existe nessas contas, menor a capacidade que o país tem de viabilizar crescimento. O mesmo conceito se aplica as nossas contas de FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Esse dinheiro é utilizado pelo governo para, responsavelmente, fomentar o crescimento do país. Interessante notar esses detalhes e entender melhor essas notícias que, aparentemente, não fazem muito sentido. Da mesma forma, sempre, em qualquer crise, em qualquer desgraça que ocorra, sempre haverá quem se beneficia. Alguém gostará do azul, mesmo que a maioria adore o vermelho! mairom. duarte@csalgueiro.com.br 

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