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  • 04/02/2017 10:20

    Afinal, como entender o Brasil, ou melhor, os políticos e a política num todo ? Exemplifico com a economia a bela teoria que na prática tem sido um desastre.

    Por aqui grassa uma loucura monumental, resumida em vários designativos isolados ou somados : juros, taxas, emolumentos, mora, correção monetária, manutenção de conta, selic, banco central, bancos oficiais e particulares, financeiras, crediários, cartão de crédito, índices de inflação, pib. fator previdenciário, contribuição previdenciária, parcelamentos, prestações, carnês, propinas, ajustes, calabocas, extorsão, má-fé, ganância, pensões, ajudas, bolsas, sem-vergonhice, bandalheira, comissões, mão na cumbuca, estelionato, roubo (isso mesmo!) e vai por ai afora…

    As rubricas citadas, alimentam o mais horrendo crime contra o povo : a manutenção da pobreza, comprometendo a maior riqueza de uma nação: a família.

    O espaço aqui não comporta tese e nem propicia condições de explorar cada tema à exaustão. Fico, então, com os juros, taxas e correlatos.

    Como bancário de estabelecimento de crédito existente no século passado, trabalhei algum tempo no setor de contas. O cliente depositava suas economias e movimentava seus negócios através das contas correntes pessoais ou de empresas. O depósito representava um empréstimo que o correntista fazia ao Banco e era por ele remunerado com os juros legais de 12% ao ano, contabilizados semestralmente. Isto representava uma contrapartida justa e exata entre o correntista que emprestava e o Banco que usava o capital para suas transações financeiras. Se inexistisse o depositante, o Banco também não existiria. Em junho e dezembro o funcionalismo fazia serões para calcular os juros, produzia as fichas de crédito e contabilizava o resultado em cada conta, em tempos de lançamentos à mão ou por máquinas de escrever. Tudo calculado em torno do saldo médio da conta, um critério justo que intuía o depositante a manter o maior saldo possível, Ganhavam todos, o cliente pela remuneração de seu capital e o Banco realizando a sua função de fomento financeiro.

    Mas a coisa foi mudando, os bancos se fundiram, criando megalópicos estabelecimentos de crédito, alimentados pelos depositantes, agora sem direito à remuneração de seu capital e recolhendo aos gigantes taxas de toda sorte, tipo manutenção de contas, com cartões de crédito incentivando à gastança desenfreada e levando nos ombros juros de meio milhão percentual ao ano. E uma lagarta a que chamam juros progressivos, um roubo sem precedentes diante das taxas oficiais que dizem manter os antigos 12% ao ano, balela que alimenta os nababos banqueiros e empobrece o povo e arrebenta com a economia nacional.

    E, fica a pergunta no ar da incredulidade: quem são os maiores beneficiários do capital brasileiro: os banqueiros ou os propinadores?

    Resumindo a ópera bufa nacional: trabalhamos por ganhos indignos, pagamos fortunas de impostos e taxas e somos espoliados pelo cruel sistema na entrega de nossas economias aos banqueiros, que nos penalizam com taxas altíssimas e ganham absurdos com as nossas economias. Hoje. que economias, meu Deus?!

    Enquanto isso, os três poderes discutem e votam formas de aumentarem seus ganhos, isentos de todas as denominações constantes deste artigo e com uma, que esqueci, chamada vantagens, palavrinha em pluralismo mágico, que leva seus titulares em mordomias pelos quatro lados do globo, com direito a um adeusinho sob esgar de mofa, ao passar o avião por cima das comunidades penduradas no abismo gerado por eles, insensíveis irresponsáveis escarrapachados na primeira classe dos grandes bólidos.

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