• Ruas de Nogueira viram depósito de carros destruídos na tragédia

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  • 04/03/2022 19:13
    Por Vinícius Ferreira

    Dezessete dias após o maior desastre socioambiental da história de Petrópolis, a cidade ainda vive as consequências e os transtornos causados pelas barreiras e enchentes que assolaram o Centro Histórico e os bairros. Um dos trabalhos realizados desde o dia 16 de fevereiro é a retirada dos veículos destruídos pela lama e pela correnteza dos rios que alagaram vários pontos da cidade. Segundo a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes – CPTrans, mais de 400 automóveis foram removidos das ruas e dos rios e levados para o Pátio de Apreensões do Morin. No entanto, é nas ruas Leopoldina, Fortaleza e Bahia, em Nogueira, que muitos desses veículos têm sido depositados diariamente nos últimos dias, o que vem trazendo transtornos aos moradores.

    Segundo uma moradora, que entrou em contato com a Tribuna e pediu para não ser identificada na reportagem, os veículos estão sendo levados em caminhões-reboque e cegonha para um terreno particular. “São reboques de seguradoras ou que prestam serviço para essas empresas que têm trazido os carros para um terreno particular. Quando lota, no entanto, colocam os carros nas ruas, na frente do acesso às casas. Eles tiram fotos, imagino que para a perícia do seguro. Os veículos chegam e saem diariamente”, afirma.

    Uma comerciante da região, relatou à reportagem ainda que já buscou contato com a prefeitura. “Não estavam levando os carros para o Pátio do Morin? Por que trazer para cá?”, questiona a comerciante, que diz ainda que tem cobrado fiscalização por parte da CPTrans. “A gente entende a situação de emergência, de calamidade pública. Mas, não é criando outro problema que vai solucionar a situação em que a cidade se encontra. Isso é estacionamento irregular. Quando há carros abandonados na cidade, esses veículos são notificados e os proprietários obrigados a retirar. Se não há espaço em terrenos particulares, as seguradoras e os operadores de reboque que prestam serviço para essas seguradoras que encontrem outro terreno. Não adianta tirar da rua para colocar na rua de novo”, disse.

    Um corretor de seguros automotivo ouvido pela reportagem, que também preferiu não ser identificado, informou que boa parte dos veículos foram levados direto pelas seguradoras para leiloeiros e depósitos na capital. “Em alguns casos foram levados para outros pontos da cidade, como no Carangola, para ser feita a avaliação da perda total. Difícil é entender o motivo dessa logística que acrescenta outro ponto de deslocamento dentro da cidade, já que essa retirada poderia ser feita, como foi em alguns casos, direto do depósito para o destino final do veículo”, avalia.

    A Tribuna questionou a CPTrans sobre a fiscalização nos locais indicados pela reportagem, mas não houve resposta.

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