• RTI: projeção para IPCA 2023 (cenário de referência) é de 5,0% e 2024 é de 3,0%

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  • 15/12/2022 08:47
    Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues / Estadão

    O Banco Central (BC) repetiu no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) as estimativas de inflação para anos de 2022 a 2024 no cenário de referência, divulgadas no comunicado e na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. A projeção para o IPCA deste ano é de 6,0%, enquanto em 2023 é de 5,0% e, em 2024, de 3,0%. O BC ainda informou a projeção para 2025, de 2,8%.

    O cenário de referência utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, considera que o preço do barril de petróleo deve seguir aproximadamente a curva futura nos próximos seis meses, subindo 2% ao ano na sequência. Para a bandeira tarifária de energia, a hipótese considerada é verde no fim deste ano e amarela no final de 2023 e 2024.

    As estimativas para 2022 e 2023 encontram-se acima da margem de tolerância da meta, de 5,0% e 4,75%, respectivamente. Para 2024, a projeção do BC coincide com o alvo central de 3,00%, enquanto 2025 fica aquém do centro da meta (3,0%). Atualmente, o Copom considera os anos de 2023 e 2024 no horizonte relevante, mas tem dado ênfase ao segundo trimestre de 2024.

    No Boletim Focus, as medianas estavam em torno de 5,79% para 2022, 5,08% para 2023, 3,50% para 2024 e 3,02% para 2025.

    O Banco Central também divulgou no RTI suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de dezembro a fevereiro. No fim desse trimestre, o BC destaca que os núcleos ainda devem se manter acima do nível compatível com o teto da meta.

    A previsão do BC para o IPCA – o índice oficial de inflação – para dezembro é de alta de 0,70%. Já a projeção para janeiro é de aumento de 0,82% e, para fevereiro, é de elevação de 0,88%.

    No RTI, o BC destacou que a inflação no trimestre encerrado em novembro surpreendeu para cima novamente, ficando 0,17 ponto porcentual mais alta do que o Copom havia projetado no documento de setembro. Dentre os fatores que explicam a surpresa altista, a autoridade monetária destacou que parte da redução esperada nas contas de luz residenciais por conta da limitação do ICMS não se concretizou. “Esse fator contribuiu com mais de dois terços da surpresa.” Além disso, segundo o BC, houve alta substancial dos alimentos in natura, em função das chuvas mais fortes e mais cedo do que o esperado.

    Por outro lado, o órgão ressaltou que a inflação de serviços se mostrou “significativamente” menor do que o esperado, com destaque para a dinâmica mais favorável do componente subjacente. “Portanto, a composição da surpresa sugere um quadro menos desfavorável do que o indicado por sua magnitude.”

    Em relação às projeções condicionais, o BC destaca que considera a reversão dos cortes de impostos federais sobre gasolina, diesel e etanol, que têm vigência até o final do ano, além do fim do uso da média móvel de 60 meses dos preços no cálculo da base do ICMS sobre combustíveis. Mas são mantidos os cortes de impostos que têm natureza permanente, conforme a legislação em vigor na data de corte deste Relatório.

    Isso inclui a manutenção das alíquotas de ICMS reduzidas sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações e a retirada das tarifas de transmissão e distribuição e de encargos setoriais da base de cálculo do ICMS sobre a energia elétrica.

    Além disso, o cenário considera queda do preço da gasolina ao consumidor devido ao recuo no mercado internacional. “No trimestre até fevereiro de 2023, a média dos núcleos de inflação ainda deve permanecer acima do patamar compatível com o limite superior do intervalo em torno da meta de inflação.”

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