• Roubos de bicicletas em prédios aumentam em SP; vídeos de criminosos em ação chamam atenção

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  • 08/06/2023 09:42
    Por Caio Possati / Estadão

    Episódios de furtos e roubos de bicicletas dentro dos condomínios residenciais em São Paulo mais que dobraram na capital nos dois últimos anos após a pandemia de covid-19. Os principais alvos dos criminosos são as bikes que ficam estacionadas nas garagens térreas ou nos subsolos dos prédios. Segundo registros policiais e vítimas ouvidas pelo Estadão, os assaltantes, que agem em grupo, dupla ou sozinhos, conseguem superar a barreira de portões eletrônicos, câmeras de segurança e até dos cadeados e correntes que são usados para fixar o veículo.

    Os crimes variam de região. A reportagem ouviu pessoas que tiveram suas bicicletas furtadas em condomínios localizados em Santa Cecília, no centro; na Vila Prudente, distrito da zona leste; e também na Vila Gumercindo e no bairro do Ipiranga, ambos na zona sul, onde na semana passada imagens de segurança flagraram um grupo de adolescentes tentando arrombar o portão de um prédio. Por conta de uma trava de segurança, eles não conseguiram invadir o local.

    Uma das vítimas recentes foi o representante comercial Edson Lustosa, de 41 anos, morador de um prédio na Vila Graciosa, na região da Vila Prudente. No último dia 20, ele notou que a sua bicicleta não estava no suporte onde costumava prender o veículo com chave e cadeado.

    Mesmo com câmeras apontadas para a cena do furto e com o prédio dispondo de uma portaria com o monitoramento presencial de porteiros, a bicicleta de Lustosa foi furtada pelos criminosos. “Se tinha um lugar que eu não imaginava ser roubado era em casa”, disse o representante comercial.

    Pelas imagens das câmeras de monitoramento, é possível ver que o suspeito entrou e saiu pela portaria de entrada se misturando aos moradores do prédio “Me roubem na rua, mas não dentro do local onde eu deveria ter segurança”, disse ironicamente.

    Em 2022, a capital paulista registrou o maior número de ocorrências de bicicletas furtadas e roubadas nos últimos cinco anos: foram 3.795 casos, o que representa 11,1% a mais que em 2021 (3.415 ocorrências). Os dados são do levantamento da Aliança Bike – Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, feito a partir dos dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). As informações consideram apenas os episódios que foram notificados por meio de boletins de ocorrência.

    Deste total de quase 3,8 mil ocorrências registradas em 2022, 264 aconteceram dentro de condomínios residenciais, totalizando 373 bicicletas. Os números do ano passado são inferiores aos de 2021, que somou 380 casos. Mas, na comparação com 2019 (165 ocorrências), as estatísticas mostram que, nos dois últimos anos, o aumento de notificações para esse tipo de crime aumentou em 130% em 2021, e 60% em 2022.

    A quantidade de bicicletas furtadas é maior que o número de ocorrências porque pode haver a subtração de mais de um veículo dentro de uma mesma ação.

    Foi o que aconteceu com o publicitário Alan Ristow, de 48 anos, morador de um prédio na Vila Gumercindo, zona sul. Em junho do ano passado, ele teve três bicicletas furtadas, que costumavam ser guardadas na garagem, sem o uso de correntes, no subsolo do edifício. Os veículos eram dele, do seu filho mais velho, ambas do tipo Mountain Bike – e da sua esposa, que era do tipo elétrica.

    Pelas imagens de segurança , é possível perceber que furto foi praticado por três jovens, por volta das 19h. O trio conseguiu ter acesso à garagem forçando a abertura dos dois portões elétricos que dão acesso ao subsolo, e fugiram montado nas bicicletas pelo mesmo local por onde entraram. O condomínio funciona sem porteiro presencial, apenas com o monitoramento à distância.

    A empresa terceirizada responsável pela segurança do condomínio indenizou Alan Ristow com um reembolso de R$ 10 mil – valores somados das três bicicletas na época em que foram compradas. Mas um ano depois do furto, só ele da família acabou voltando a pedalar. “Meu filho e minha esposa não quiseram comprar uma nova. Minha mulher até usava (a bicicleta) para trabalhar. Mas, por segurança, ela preferiu não ter mais”, diz o publicitário.

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