• Ronque-ronque

  • 21/06/2018 11:20

    O que está acontecendo com o país e, muito especialmente, com o nosso sofrido, violentado, espoliado, desgraçado, infeliz, assaltado, roubado, abandonado Estado do Rio de Janeiro ascende às raias da loucura total. Inacreditável o grau de insolvência que sofre o belo recanto pátrio, palco dos maiores e significativos embates em favor da soberania nacional, orgulho de nossa história geral do Brasil, hoje espectro soturno que encobre e envergonha sua gente não participante do botim financeiro e moral ao qual foi arrastado pelo imoral grupo capitaneado pelo irresponsável e imbecil político Sérgio Cabral, o filho do grande ícone fluminense de mesmo nome porém de conduta diametralmente oposta ao do rebento forjado pela ambição e deslumbramento que tolheram sua visão de ser político e cidadão.

    Não somente ao indivíduo relapso e inconsequente se pode atribuir a atual desgraça que nos assola e envergonha porque sabedores somos que tudo vem de mais longe, para trás, a partir da extinção do Estado da Guanabara e a ascensão política de grupos nefastos sob moreiras francos, marcelos alencares, garotinhos e garotinhas, pezões e quantos outros que envergonharam seus nomes e tradições de família ao enveredarem pelas tortuosas trilhas da pilhagem aos bens públicos e particulares do povo fluminense. Alguns pretenderam até o cargo máximo, felizmente derrotados e sob as sinecuras viciosas da extrema captação de riquezas, colocaram em regime de falência a então poderosa e respeitada unidade da federação brasileira.

    A adjetivação negativa que a eles define, é extensa, quanto é infinitesimal a vergonha nossa por ter conduzido ao poder tão vis representantes da pior fauna política do país em todos os tempos. Foi-se a marteladas a nossa moral e a nossa esperança de dias felizes, num comprometimento político equivocado implantado no país a partir dos primeiros dias do século XXI e com resultados fluminenses de extrema podridão.

    Puxa, como é desagradável escrever sobre o tema, vergados que estamos pelo peso da incúria e da sem-vergonhice crônica que borda nosso querido Estado do Rio de Janeiro. Os cabrais da corrupção, com mordomias carcerárias de fazer inveja aos moradores da zona sul rica do Rio de Janeiro, penta milionários e com reservas em paraísos fiscais intocáveis e à espera dos titulares das contas e seus familiares para o resgate e gastanças nas costas europeias do privilégio, ofendem as misérias dos esqueletos expostos da sub-humana grande parte das nações do hemisfério sul, ditas emergentes porém, certo, imersas na lama da miséria de tantas mentes doentias e insensíveis.

    Todo o dito para assinalar que o governo do Estado do Rio de Janeiro está transformando em sucata os bens de nossas gerações passadas, a maioria de grande significado cultural e histórico, como a Casa do Barão do Rio Branco, na Westphalia, hoje representativa da excrecência das mentes lá de cima que, provavelmente, nem sabem o que foi e o que representou e representa a extraordinária figura histórico de José Maria da Silva Paranhos Júnior e a casa na Serra onde foi firmado o “Tratado de Petrópolis”. Falar de história com eles é como dialogar junto aos cercados com os suínos e só ouvir ronque-ronque-ronque…

    Que a nossa Prefeitura tome partido, desaproprie do Estado a Casa, restaure-a, nela instale algo digno, de chapéu na mão diante das melhores e maiores empresas sediadas no município.

    E deixe para lá o ronque-ronque-ronque dos suínos para quem compreende tão complicado e gutural linguajar.

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