• Rompimento de Bolsonaro com Cláudio Castro estremece política do Rio e muda o jogo também em Petrópolis

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 13/jul 04:25
    Por Les Partisans

    Caiu como uma bomba na política fluminense o rompimento da família Bolsonaro com o governador Cláudio Castro e seu candidato à sucessão, Rodrigo Bacellar. A crise começou quando Washington Reis, secretário de Transportes, anunciou redução do preço do metrô à revelia do governador e apareceu em agendas públicas com o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Bacellar, presidente da Alerj, não gostou nada e iniciou movimento para demiti-lo da secretaria. E quem acabou demitindo foi ele próprio, quando assumiu de forma interina o governo. Só que Reis é aliado de Jair Bolsonaro e da direita conservadora. O ex-presidente, então, pediu a Cláudio Castro que reconsiderasse a decisão. O governador não atendeu e comunicou, via imprensa, que a demissão estava mantida. Foi a gota d’água para o rompimento.

    Reis candidato, palanque para bolsonarismo e Castro no União: tudo pode acontecer

    O cenário eleitoral previa polarização entre Paes e Bacellar. Agora, muda tudo inclusive em Petrópolis. A ala bolsonarista tende a controlar de vez o PL – o que pode fortalecer uma possível candidatura do vereador Octávio Sampaio à Alerj – se afastando de nomes mais próximos a Castro, como Bernardo Rossi, que recentemente apareceu em várias fotos com o ex-presidente. No entanto, Rossi pode voltar a sonhar em compor chapa com Bacellar, já que a família Bolsonaro queria indicar o vice e, agora, o espaço está aberto. Como a candidatura do presidente da Alerj passa a ser só “de” direita e não “da” direita, há liberdade para fazer alianças mais amplas ao centro e até à esquerda. Cláudio Castro está irritadíssimo com Bacellar, mas tenta apagar o incêndio e cogita até mesmo não ser candidato a nada. E já recebeu convite para trocar o PL pelo União Brasil, partido federado ao PP de Hingo Hammes. Se conseguir se livrar da inelegibilidade, Washington Reis se cacifa para ser candidato a senador em chapa com Eduardo Paes ou a governador pelo MDB, que tem em Fred Procópio (aliadíssimo a Hingo) um possível candidato a estadual em Petrópolis.

    Esquerda joga nos erros dos adversários

    Na esquerda também há pressão. O presidente do PT, Washington Quaquá, quer porque quer a vice de Eduardo Paes, mas o prefeito do Rio tem muita dúvida se o barco não é furado. Em Petrópolis, Yuri Moura toca seu projeto de reeleição e, sendo líder no PSOL, terá que seguir oficialmente a linha do partido. E o PSB tá meio alheio à coisa e só pensa naquilo: como atacar a gestão de Hingo Hammes.

    Quem come quieto tá sempre mastigando

    Falando em esquerda, a gente falou aqui outro dia que Paulo Mustrangi tava na dele, fazendo macarrão, mas Partisans receberam a informação de que ele tá afim de agitar as massas (com trocadilho) de novo. O ex-prefeito pode ser o candidato a deputado federal do PT em 2026.

    A coisa anda tão tensa lá no Rio que o governador Cláudio Castro acabou subindo a serra no sábado para curtir a Bauernfest e tomar um chope, acompanhado de Bernardo Rossi, Hingo Hammes, o secretário de Turismo, Pablo Kling (no canto esquerdo) e os empresários Rodrigo Paiva (à esquerda) e Marcelo Valente (à direita).

    Na lua

    Durante audiência pública, o presidente da CPTrans, Luciano Moreira “daria para ir à Lua dez vezes com a quilometragem mensal do sistema de transporte”. Teve passageiro mais maldoso dizendo que em alguns casos a pavimentação tá inclusive bem parecida.

    Bíblico

    E as frases de impacto na Câmara não param. Tiago Guel reclamou sobre as atas das sessões e soltou essa: “parece que a gente está lendo o novo com o velho testamento, tudo junto”. Partisans que acompanham a sessão e não perdem uma missa não veem tanta semelhança entre as escrituras e os acalorados debates da Câmara assim.

    Mérito

    A reclamação de Guel faz até sentido. Nos tempos em que até reunião é resolvida por uma mensagem no zap, a ata poderia ser digital, em vez de lida por vereador em plenário como se fosse locutor de turfe, com aquela pressa pra se livrar do texto. Aliás, a votação também poderia ser eletrônica. Até pra matar aquela estratégia marota de não citar o voto no microfone pra não aparecer.

    Em meio a tanta coisa pesada, vale esse registro super fofo: 80 crianças da Escola Paroquial Nossa Senhora do Carmo emocionaram pacientes e funcionários do Hospital Alcides Carneiro com uma cantata para motivar e acolher quem está em tratamento. A bonita ação é do projeto Virtudes, que humaniza o ensino e desperta o espírito de empatia nas crianças.

    Contagem

    Estamos há 2 anos, 2 meses e 7 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

    Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.

    Últimas