Rocha na 24 de Maio passa a ser monitorada, moradores continuam sob o risco
A Secretaria de Defesa Civil informou nesta sexta-feira que, agora, iniciou o monitoramento da rocha de cerca de 6 mil toneladas localizada na Rua 24 de Maio, na Rua Teresa. De acordo com o órgão, a medida é alternativa para a remoção das pedras, que em algumas localidades seria um processo de maior complexidade. A Rua 24 de Maio, Rua Nova e Rua Teresa foram interditadas sob risco de novo deslizamento. Sem a remoção da estrutura rochosa, ou uma intervenção de contenção, moradores dessas localidades continuam sob o risco de nova tragédia.
Equipes de uma empresa especializada, contratada pela Prefeitura, instalou um sensor específico para registrar qualquer movimentação da pedra. De acordo com a Prefeitura, a instalação do aparelho foi uma solução imediata, para fortalecer a segurança na região, tendo em vista que a retirada da rocha de grande porte é uma ação de alta complexidade. O acompanhamento dos registros do sensor está sendo feito pelas equipes no Centro Integrado de Monitoramento e Operações de Petrópolis (CIMOP), que funciona na sede da Defesa Civil.
“Esse é um importante passo para garantir a segurança e tranquilidade da população. Essa foi uma alternativa rápida para que consigamos atuar de forma imediata ao sinal de qualquer instabilidade”, destacou o prefeito Rubens Bomtempo.
A equipe da Defesa Civil acompanhou os técnicos durante a instalação e já faz o monitoramento sensor, que funciona 24 horas. A pedra de maior porte faz parte de um complexo rochoso que pode somar 17 mil toneladas. De acordo com a empresa especializada, o emissor capta inclinações a partir de 5 graus de movimentação. Para isso, é utilizado um aparelho que conta com um sensor de movimento com acelerômetro, microcontroladores e softwares no próprio equipamento que enviam sinais para o aparelho receptor.
“O sistema consiste em um emissor e um receptor, cujo objetivo é monitorar 24h qualquer tipo de movimento na pedra”, afirma o gestor da empresa idealizadora Ineeds, Luis Sourient, que explica ainda que o aparelho funciona com bateria recarregável por energia solar. “O receptor recebe as informações em tempo real sobre movimentações ao longo do dia, e envia informações caso haja qualquer problema no emissor”, completa.
De acordo com a Defesa Civil, com essa configuração, as equipes conseguem identificar qualquer anormalidade no funcionamento do aparelho. A proposta é que o serviço seja ainda mais aprimorado, com a criação de um dashboard para a geração de relatórios diários. “Esse é um projeto piloto, para o qual já constatamos o funcionamento. A proposta é monitorar todos os blocos rochosos que possam oferecer algum risco na cidade e vamos conseguir assim, atuar de forma preventiva ao sinal de qualquer anormalidade nas localidades”, ressalta o secretário de Defesa Civil, o tenente Coronel Gil Kempers.
O projeto paliativo deve ser implantado também para outros locais com alto risco de novos deslizamentos, segundo a Prefeitura, a proposta é ampliar o projeto para rochas que existem ainda no Caxambu, Floresta, Vila Felipe e Morro da Oficina. Além de monitorar o movimento da rocha, a proposta é instalar sensores que irão ajudar a identificar o movimento de massa para o caso de deslizamentos.
Desmontes de rochas continuam sendo feitos em diferentes localidades
De acordo com a Defesa Civil, ao longo da semana foi feita a detonação de cerca de 90 toneladas de rocha na Servidão Francisco Carauta de Souza e na rua Barão de Águas Claras, no Caxambu; na Rua Napoleão Esteves, na Saldanha Marinho; no Morro da Oficina, no Alto da Serra; na Rua Jacinto Rabelo, no Vila Felipe; e Rua Primeiro de Maio.
A Defesa Civil explica que a detonação das rochas é feita a partir de uma técnica de baixo impacto, que usa uma corrente elétrica de baixa voltagem, que provoca a queima do produto a partir de uma reação exotérmica. A técnica utilizada não causa vibrações e é considerada de maior segurança para ser aplicada em locais habitados, tendo em vista que não provoca lançamento de fragmentos.