Rio vai receber terceiro hospital de campanha para covid-19
Será inaugurado na segunda-feira (11) o terceiro hospital de campanha na cidade do Rio de Janeiro, construído para atender pacientes de covid-19. O anúncio foi feito hoje (8) pelo governo do estado, responsável pela unidade, localizada no Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital.
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Segundo o governo, a unidade será entregue com cinco dias de antecedência em relação ao prazo dado inicialmente. O Hospital de Campanha do Parque dos Atletas vai entrar em funcionamento com 100 leitos e, a partir do dia 22, o número será ampliado para 200, sendo 50 de unidade de terapia intensiva (UTI) e 150 de enfermaria. Os pacientes serão encaminhados pelo sistema de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).
O custo total do hospital, para 120 dias de funcionamento, será de R$ 50 milhões, pagos por meio de patrocínio da iniciativa privada. As empresas envolvidas são Movimento União Rio, Stone Pagamentos, Mubadala, Qualicorp, SulAmérica Seguros, Vale e Banco BV, além da Rede D’Or, que cuidou da construção e fará também a gestão da unidade.
Outros hospitais de campanha
O governo informou também que o Hospital de Campanha Lagoa-Barra, no Leblon, zona sul da cidade, passa a oferecer 200 leitos a partir de segunda-feira. Ele foi inaugurado no último dia 25 e opera com 160 leitos, também sob gestão da Rede D’Or. As duas unidades contam com estrutura de alta complexidade, como respiradores, monitores cardíacos, tomógrafo digital, ultrassom, ecocardiógrafo e análises clínicas.
Pela rede municipal, a prefeitura inaugurou no dia 1º de maio o Hospital de Campanha do Riocentro, em Jacarepaguá, na zona oeste, com 100 leitos funcionando. Os equipamentos para a abertura dos 400 leitos previstos na unidade chegam ao Rio até segunda-feira.
Segundo balanço de ontem (8) da prefeitura, em toda a rede SUS, que inclui unidades municipais, estaduais e federais, há 1.585 pacientes internados com suspeita ou confirmação de covid-19, sendo 443 deles em UTI. Com isso, a taxa de ocupação na rede SUS no município estava ontem em 92% para leitos de UTI e 95% em enfermaria para pacientes com suspeita de covid-19. Há ainda 1.115 pessoas na fila da regulação, aguardando transferência para estes leitos dedicados, sendo 332 para UTI.
Está prevista ainda a instalação de hospitais de campanha no Complexo do Maracanã, em São Gonçalo, Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes, Casimiro de Abreu e Nova Friburgo. Também será construído uma unidade modular em Nova Iguaçu.
Baixada fluminense
O Fórum Grita Baixada, junto com outras organizações sociais da região, lançou um manifesto pedindo a construção de um hospital de campanha em São João de Meriti. Segundo o coordenador do Fórum, Adriano de Araújo, a cidade tem uma localização estratégica e poderia atender outros municípios da região.
“Não está previsto um hospital de campanha em São João de Meriti, mas com o estudo da Fundação Perseu Abramo indicando maior possibilidade de mortes em função da densidade populacional da cidade, criou-se uma demanda por um hospital lá também. A Baixada é muito grande e a rede hospitalar já não comporta os casos atuais. Municípios como Nilópolis, Mesquita e São João de Meriti apresentam alta densidade populacional e a proximidade de pessoas é fator potencializador da covid-19”.
Segundo ele, os pacientes tem buscado as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Hospital Geral de Nova Iguaçu (Hospital da Posse), de administração municipal. Segundo levantamento do Fórum, São João de Meriti tem apenas 30 leitos de internação registrados no Ministério da Saúde, nenhum deles de UTI, e conta com somente sete respiradores em sua rede.
“A criação do hospital pode atender municípios da Baixada como Mesquita e Belford e aliviar a superlotação de hospitais nos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Vale ressaltar a posição geográfica estratégica do munícipio que interliga cinco municípios da Baixada Fluminense pela Via Dutra”, diz o manifesto.
A prefeitura de São João de Meriti foi procurada pela reportagem, mas não retornou até o fechamento da matéria.
Também na Baixada Fluminense, o município de Duque de Caxias inaugurou, na última segunda-feira (4), o Hospital São José, com 128 leitos de UTI dedicados a pacientes de covid-19. O local era uma unidade de saúde privada que estava abandonada e foi comprada pela prefeitura, sendo reformada em 42 dias. A ocupação segue a regulação da Secretaria Estadual de Saúde.