• Rio é recordista mundial de doença cutânea que ataca gatos e humanos

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 02/02/2017 09:55

    Muito se fala sobre casos de esporotricose, mas, afinal, você sabe exatamente o que é está doença? A esporotricose é uma infecção causada por um fungo, o Sporotrix schenkii, que é encontrado em solos ricos em vegetais em decomposição. Tradicionalmente, a transmissão é por inoculação em feridas cutâneas, mas hoje, além das plantas espinhosas, há um importante vetor que sofre imensamente com a doença e a acaba disseminando entre a população animal e humana.

    “Anteriormente, chamavam a esporotricose de “doença do jardineiro”, mas hoje se aplica mais a profissionais que lidam com animais domésticos, principalmente gatos. Sem políticas públicas eficazes de controle sanitário e populacional dos animais domésticos, estamos vendo um aumento absurdo dos casos de esporotricose no país e no Estado, que carrega a infeliz marca de o campeão mundial desta doença”, explica a veterinária Rosana Portugal, lembrando que profissionais de saúde, sobretudo médicos veterinários, dentre outros profissionais de saúde, vem alertando a população para esta crescente demanda.

    Rosana acrescenta que, neste mês, foi comunicado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro a obrigatoriedade da notificação compulsória aos órgãos de vigilância sanitária do Estado do Rio. “É importante pensar, no entanto, como resolver esta questão. Primeiramente deve-se criar uma campanha de esclarecimento à população, conscientizando-a da importância de que seu animal sempre deve ser levado ao veterinário para ser avaliado por este profissional. Se nós, donos de pet, mantivermos a boa higiene dos mesmos, cuidados básicos de manejo e alimentação, certamente estaremos contribuindo para animais mais saudáveis. Neste contexto, uma vez que hoje pets são animais que fazem parte da família, teremos uma família mais saudável”, frisa a veterinária.

     O que fazer se seu animal estiver doente? 


    Sendo uma zoonose, a esporotricose é transmissível ao ser humano e, também por isso, requer extremo cuidado de manejo para evitar uma contaminação indesejável. Alguns veterinários já foram acometidos pela doença pela arranhadura de gatos contaminados, bem como tosadores, auxiliares de veterinária e até os proprietários. Observa-se no entanto, maior risco para crianças e idosos. “Nestes indivíduos, a imunidade é mais baixa e, então, o fungo encontra maior facilidade de agir”, explica Rosana Portugal.
    A preocupação é ainda maior por conta do grande número de gatos abandonados no município que eventualmente viram foco de contaminação aos demais gatos. “Nós, médicos veterinários, somos responsáveis pela divulgação de boas práticas de higiene e saúde pública. Sempre como colaboradores preparados para orientar, prevenir e tratar não só esta doença como várias outras”, lembra a veterinária, frisando que “exterminar ou segregar animais contaminados é uma prática que decorre da ignorância e do medo do desconhecido, por isso a informação deve ser buscada nos órgãos competentes de Saúde Pública e nos profissionais médicos veterinários”.


    Últimas