• Revés diplomático isola ainda mais a Rússia, enquanto Ucrânia pede mais armas

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  • 08/04/2022 07:48
    Por Redação / Estadão

    Um grande revés diplomático para isolar ainda mais a Rússia marcou esta quinta-feira, 7, 43º dia da guerra na Ucrânia. A Assembleia Geral da ONU suspendeu a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da organização, numa votação na qual o Brasil se absteve. A Rússia chamou a medida de “uma tentativa dos EUA de manter sua dominação e controle total” e de “usar o colonialismo dos direitos humanos nas relações internacionais”.

    A decisão, de caráter mais simbólico do que prático, reforça o apoio internacional à Ucrânia, que continua pedindo ajuda militar para sua luta contra os russos. Em uma reunião da Otan em Bruxelas nesta quinta-feira, o chanceler ucraniano deixou bem claro o querem os ucranianos: “Armas, armas, armas”.

    No campo de guerra, os dois lados deram declarações conflitantes sobre a massacrada cidade de Mariupol, sob ataque e cerco das tropas russas há semanas. O lado ucraniano diz que resiste, ainda que com dificuldades. O lado pró-Rússia afirma que não há mais soldados da Ucrânia no centro e que eles controlam agora apenas pontos específicos da cidade. Segundo o prefeito, mais de 5 mil já morreram na cidade.

    Ainda no leste, onde o governo ucraniano espera que a Rússia direcione toda sua ofensiva, autoridades locais reiteraram aos moradores para que deixem a região, como fizeram no dia anterior. Segundo elas, os próximos dias representarão a “última chance” de fugir antes que a Rússia comece a atacar.

    Isolamento diplomático

    A Assembleia Geral das Nações Unidas votou nesta quinta-feira para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da organização como punição pela invasão da Ucrânia. Dos 193 membros, 93 votaram a favor da suspensão, enquanto 24 votaram contra e 58, entre eles o Brasil, se abstiveram.

    A suspensão do conselho, com sede em Genebra, é um grande revés diplomático para a Rússia. A resolução para suspender o país precisava de uma maioria de dois terços dos votos expressos, com as abstenções não contando como votos, e é vista como uma medida da aversão do mundo pelas aparentes atrocidades cometidas na Ucrânia.

    Reforço militar

    Em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, disse em um encontro com aliados na Otan que defenderia três pontos: “armas, armas e armas”. “Minha agenda é muito simples, há apenas três itens: armas, armas e armas”, disse ele ao chegar à sede da Aliança Atlântica.

    O chefe da diplomacia ucraniana disse que “a melhor maneira de ajudar a Ucrânia agora é fornecer tudo o que for preciso para conter o presidente Vladimir Putin e derrotar o Exército russo na Ucrânia, de tal forma que a guerra não aumente mais”. (Com agências internacionais).

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