Reta final marcada por ataques e pesquisas questionadas
Bem que tudo estava muito tranquilo, sem grandes pancadarias nesta eleição local. Agora, na reta final, parece que todo mundo acordou, ainda que atrasados. O principal foco são as pesquisas de intenção de voto. Bomtempo e Yuri questionaram a divulgação da pesquisa do Novo Correio Fluminense, e o Ministério Público Eleitoral deu parecer favorável à suspensão da divulgação do levantamento por erros. Além disso, o PSB, partido de Bomtempo, anunciou que pediu a suspensão de mais quatro levantamentos que estão saindo do forno, com representações na justiça eleitoral e na Polícia Federal.
Mais números
Mesmo assim, ontem candidatos divulgaram… pesquisa! Foram duas novinhas em folha. Se elas vão sair do ar depois, aí já é outra história. O fato é que levantamentos com suspeitas de fraude, a infinidade de pesquisas, institutos de pouca visibilidade e acusações de todos os lados colocam em xeque o real cenário dos primeiros colocados de uma forma geral – e não apenas em Petrópolis. Isso é ruim, sim, mas, por outro lado, sem uma influência decisiva das pesquisas, o voto do candidato se torna um “patrimônio” mais valorizado, com o eleitor escolhendo por convicção. Isso vai impactar o segundo turno.
Distância
As pesquisas divulgadas ontem, da Gerp e da Prefab, considerando os votos válidos, têm uma diferença grande para o primeiro colocado, Hingo Hammes. Na Gerp, Hingo tem 34% das intenções de voto; na Prefab, 44%. Já a diferença entre o segundo e o terceiro colocados é bem menor. Na Gerp, Yuri tem 28% e, na Prefab, 26%. Bomtempo aparece com 20% na Gerp e 16,9% na Prefab. E aí chegamos à pergunta: por que uma diferença tão grande para o primeiro colocado nessas pesquisas? A conferir daqui a dois dias com os números reais.
Proximidade
Apesar da grande diferença no primeiro colocado entre as duas pesquisas, há algo em que ambas coincidem: o índice de rejeição à atual gestão. A Gerp aponta que 55% dos eleitores rejeitam a administração de Bomtempo, enquanto a Prefab indica 60%.
Chumbo trocado
Além da guerra de pesquisas, as últimas horas trouxeram novos ataques. Hingo Hammes registrou um ataque cibernético contra sua conta no Instagram, que ficou fora do ar. A Justiça Eleitoral determinou que a empresa responsável pela rede restabeleça a página. Bomtempo divulgou um vídeo de Yuri Moura mencionando uma fila de espera de oito mil mulheres por mamografia, fato que Yuri desmentiu em outro vídeo. Yuri, que já foi obrigado a tirar do ar uma montagem do debate, gravou novamente, desta vez sem edição, provocando Hingo sobre quem realmente vai governar a cidade caso ele seja eleito. Com carreatas e caminhadas programadas para hoje e amanhã, é de se esperar mais tensão.
É mole?
A campanha de Bomtempo insiste em promover a ideia de que sua gestão foi responsável pela saída da Petro Ita e Cascatinha, como se isso fosse uma revolução no sistema de transporte público da cidade. Eles alardeiam que “a gestão trouxe 150 ônibus novos e retirou as sucatas da cidade”. Mas, gente… que amnésia, não? Esqueceram que os contratos com as empresas foram renovados em 2015 por Bomtempo, sem licitação, e que, nos últimos três anos, a população corria riscos até que a situação se tornou insustentável.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 144 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Beiço
Pequenos fornecedores estão reclamando de atraso no recebimento de valores por serviços e obras prestados à prefeitura e temem o famoso “beiço” que ocorre nos últimos meses de gestão. As empreiteiras, com um volume maior de obras, também têm a promessa de receber, mas muitos haveres ainda não foram depositados. A prefeitura tem concentrado pagamentos à Comdep e à CPTrans. Na última semana, mais de R$ 5 milhões foram destinados à Comdep.
Dois pesos…
CPTrans e Obras não atendem ao apelo de pais de alunos que pedem um redutor de velocidade na Estrada do Samambaia, onde há uma escola. Em compensação, já colocaram um quebra-molas em frente a um posto de gasolina, ainda em construção, na Hyvio Naliato, onde já existem três redutores de velocidade em menos de 500 metros…
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