Respeito e responsabilidade
Há 38 anos, uma equipe médica resolveu trazer para Petrópolis toda a sua experiência no tratamento contra o câncer, que está entre as doenças que mais causam mortes no mundo. O Centro de Terapia Oncológica foi construído com responsabilidade e planejamento. Iniciamos as nossas atividades com apenas duas salas comerciais, na Rua 16 de Março. Com o tempo, a nossa demanda aumentou, e nos mudamos para o Sanatório Oswaldo Cruz, em Corrêas. Quatro anos depois, uma nova expansão: adquirimos um casarão na Rua Dr. Sá Earp, no Morin. Com o passar do tempo, o CTO se tornou uma referência, por ter um quadro de profissionais extremamente qualificados, equipamentos modernos e estrutura adequada. Com o passar do tempo, ganhamos a confiança da sociedade petropolitana e referência no Estado do Rio de Janeiro. Hoje, são atendidos, em média, 3 mil pessoas por mês, de 39 cidades dos estados do Rio e de Minas Gerais.
Hoje, temos um corpo clínico especializado e equipe multidisciplinar integrada, para as áreas de oncologia clínica, hematologia, infectologia, enfermagem oncológica, farmácia oncológica, psicologia oncológica, clínica de dor e cuidados paliativos. Atendemos diversos planos de saúde, consultas particulares e convênios. Tudo isso foi construído ao longo dos anos por conta do trabalho sério desenvolvido e por conta dos serviços que são prestados à população. Em quase quatro décadas, nunca tivemos problemas com os nossos parceiros.
No entanto, um dos planos de saúde que eram conveniados com o CTO, a Unimed Petrópolis, deixou de efetuar os pagamentos com a regularidade exigida em contrato há cinco meses. A dívida, auditada pela Unimed, é reconhecida pela própria cooperativa. Isso gerou um grande custo para atender os 240 clientes conveniados. A Unimed conseguiu uma liminar na Justiça obrigando o CTO a continuar realizando o tratamento para os conveniados até o dia 19 de janeiro. A decisão judicial foi rigorosamente cumprida e os clientes foram atendidos.
O prazo venceu e a Unimed não tomou nenhuma providência para saldar o débito com o CTO. Por isso, recebemos com surpresa e indignação a notícia de que, enquanto não tomou nenhuma ação para cumprir o compromisso com a clínica, a Unimed articulou a vinda de um novo estabelecimento, que irá atender no Hospital Casa Providência. Nada contra a instalação de outras clínicas oncológicas. A concorrência é saudável e salutar. Mas não seria prudente honrar os compromissos devidos? Estamos cobrando apenas os nossos direitos. E nos preocupa a alguns aspectos da instalação dessa nova clínica. Uma estrutura desse porte foi montada em apenas duas semanas? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as demais autoridades competentes autorizaram o empreendimento?
Isso precisa ser esclarecido, para o bem do atendimento dos pacientes com câncer. Mas há, ainda, outros aspectos questionáveis. A situação chegou a um ponto em que os pacientes que têm vínculo com o plano de saúde estão sendo coagidos a transferirem o atendimento para a nova clínica. Um verdadeiro absurdo do ponto de vista da medicina: os tratamentos estão em andamento, com médicos que conhecem a situação do paciente e estão desenvolvendo o seu trabalho. Isso vai parar no meio do caminho? Há casos de pacientes que tiveram que recorrer à Justiça para garantir esse direito. A Unimed Petrópolis não foi descredenciada do CTO e o paciente tem o direito de escolher onde quer realizar o tratamento.
Sempre tratamos todos – clientes, fornecedores, planos conveniados – com seriedade e responsabilidade, e, dessa forma, contribuímos para o desenvolvimento da saúde em Petrópolis. Não queremos nada além dessa reciprocidade. O que exigimos é respeito. Respeito à nossa clínica, respeito aos nossos pacientes, respeito com todos.