• Remédio mais caro do mundo para tratamento da AME será fornecido pelo SUS

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  • 05/12/2022 15:01
    Por Helen Salgado

    No sábado (3), o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que o Zolgensma será incorporado à listagem dos medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio, destinado a crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME), é considerado o mais caro do mundo; custa cerca de R$ 6,4 milhões. No entanto, a atualização do Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) leva mais 180 dias. Sendo assim, será necessário aguardar seis meses para que o tratamento seja realmente liberado pelo SUS.

    Segundo o Ministro, a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias em Saúde (Conitec) é que o remédio seja usado para tratar crianças com até seis meses de vida, diagnosticadas com AME do tipo I, e que estejam fora de ventilação invasiva acima de 16 horas por dia.

    O Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (INAME), se pronunciou dizendo que esta é uma vitória para a comunidade AME. No entanto, para o Instituto é triste ver uma incorporação tão restrita, conhecendo a realidade atual de diagnóstico tardio no Brasil. O INAME afirmou ainda que, infelizmente, pouquíssimas crianças terão acesso ao tratamento, enquanto a grande maioria ficará de fora.

    De acordo com o Instituto, a bula aprovada pela Anvisa estabelece o tratamento de crianças com AME de até dois anos de idade, mas a Conitec restringiu demais o acesso ao tratamento com Zolgensma.

    O INAME ainda acrescenta que é importante seguir firme, lutando para ampliar o acesso aos tratamentos para os que ficaram de fora – as crianças que têm entre seis meses e dois anos, no caso de Zolgensma, e os pacientes com AME tipo III, no caso de Spinraza e Risdiplam.

    Caso Louise

    Recentemente a Tribuna publicou sobre o caso da pequena Louise, diagnosticada com AME. A bebê de apenas cinco meses tem até janeiro de 2023 para tomar o Zolgensma, medicamento que atua diretamente no DNA substituindo o gene ausente em crianças com a doença.

    Saiba mais: Em corrida contra o tempo, pais de Louise, diagnosticada com AME, fazem campanha para conseguir comprar o remédio da filha

    Foto: Reprodução Instagram

    Embora o medicamento tenha sido incorporado no rol de medicamentos fornecidos pelo SUS, a pequena não pode esperar o prazo estipulado para liberação do remédio. Por esse motivo, os pais permanecem com a campanha para compra do medicamento.

    Sobre a AME

    A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença genética de herança hereditária com incidência aproximada de um em cada 10.000 nascimentos vivos. Segundo estudos científicos, é a maior causa genética de mortalidade infantil. A doença é dividida em quatro tipos, sendo o tipo I o mais grave.

    A AME interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial à sobrevivência dos neurônios motores – responsáveis pelos gestos voluntários vitais do corpo como respirar, engolir e se mover.

    Segundo dados da Associação Brasileira de Atrofia Muscular Espinhal (Abrame), atualmente, o Brasil possui cinco mil pacientes diagnosticados com AME. A doença é degenerativa e não possui cura.

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