Relatório mostra três cenários de vitória para Lula e dois para Bolsonaro
Relatório elaborado pelo Polling Data, site agregador de pesquisas, disponibiliza uma previsão do segundo turno da eleição presidencial em cinco cenários distintos, com base em modelos estatísticos. Em três deles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta maior probabilidade de levar a corrida. Nos outros dois, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece na liderança e com maior chance de vitória. O documento foi divulgado nesta quinta-feira (27).
No cenário denominado “presidente”, no qual há uma previsão atualizada de todas as eleições acompanhadas pelo site Polling Data – de presidente nacional e estaduais, de governador e senador – Lula aparece com 51,3% dos votos válidos e Bolsonaro, 48,7%. A probabilidade do petista vencer neste caso é de 79,5%.
No cenário “após primeiro turno”, que faz uma previsão atualizada considerando as pesquisas publicadas após a primeira rodada da disputa, Lula tem 51,1% dos votos válidos e Bolsonaro, 48,9%. A probabilidade do petista vencer nesta situação é de 65,6%.
No cenário definido como “volátil”, Bolsonaro aparece na liderança com 51,4% e Lula, 48,6%. A probabilidade do presidente é de 59,3%. Este cenário usa um modelo matemático que permite que as estimativas variem muito e ainda capta qualquer indício de subida ou de alteração do desempenho dos candidatos.
No cenário que compila todas as pesquisas realizadas de forma presencial com entrevistados, Lula tem maior probabilidade de vencer: 78,6%. Ele aparece com 51,6% dos votos válidos e Bolsonaro, 48,4%. Já no agregado de pesquisas telefônicas, Bolsonaro leva vantagem e tem 61,5% de chances de levar a corrida. Neste caso, o presidente soma 50,5% dos votos válidos e Lula, 49,5%.
De acordo com o diretor de pesquisas e fundador do site, Neale Ahmed ElDash, a escolha do modo de entrevista (presencial ou telefônica) pode ter impacto nos resultados por duas razões principais: uma pela forma de seleção das pessoas que respondem as perguntas e a outra pela logística da coleta das respostas.
“O mais óbvio aspecto (que explica a diferenciação entre as pesquisas) é o que chamamos de viés de cobertura. São pessoas que não podem ser entrevistadas por um método ou por outro. A telefônica não consegue falar com quem não tem telefone, que representa mais ou menos 10% da população adulta e são as pessoas mais pobres”, explicou ElDash.
“A presencial também não fala com algum grupo de pessoas, que são pessoas que moram em local onde tem porteiro, como condomínio de luxo, apartamento e favelas com crime organizado. É mais difícil entender o viés da presencial, porque ele está um pouco espalhado, porém vai depender da geografia do voto”, continuou o diretor.
Os dados usados para a produção do relatório são públicos e registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O estudo utiliza todas as pesquisas que foram publicadas e que consideram votos totais, e não apenas votos válidos.