• Relatório expõe descumprimento de metas e aumento de falhas na Turp

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  • 25/set 08:11
    Por Wellington Daniel | Foto: Arquivo/Redes Sociais

    A Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) entregou à Justiça, nessa quarta-feira (24), o primeiro relatório de monitoramento da Turp Transportes referente ao período de 1º a 15 de setembro. O documento aponta que a empresa descumpriu metas, mantendo seis linhas inoperantes, não cumprindo a frota contratual e ampliando as infrações por supressão de viagens.

    A entrega do relatório ocorreu no mesmo dia em que rodoviários da Turp realizaram a quarta paralisação em nove meses, motivada novamente pelo atraso no pagamento de salários. A empresa alega que o adiantamento, previsto para o dia 20, atrasou devido à falta de repasse do vale-educação. Já a Prefeitura afirma que os repasses do subsídio não podem estar condicionados à folha de pagamento.

    Na manhã desta quinta-feira (25), alguns coletivos da Turp estavam circulando na cidade, no entanto, até a última atualização, não há a confirmação se todos os coletivos da empresa voltarão a operar normalmente.

    Veja a cobertura sobre a paralisação dos rodoviários da Turp:

    O relatório entregue nessa quarta faz parte de uma série de avaliações quinzenais que serão apresentadas ao longo de 60 dias. Ao final desse período, a 4ª Vara Cível decidirá se a empresa poderá aplicar integralmente o reajuste da passagem para R$ 5,90, valor já cobrado pelas empresas Cidade Real e Cidade das Hortênsias.

    Metas não cumpridas

    Entre as metas descumpridas está a não retomada de seis linhas inoperantes: 642 – Valparaíso – Lopes de Castro; 647 – Getúlio Vargas; 651 – Espírito Santo; 657 – Rio de Janeiro via Alto da Serra; 658 – Vila Hípica Espírito Santo via Alto da Serra; e 659 – Comunidade do Gulf. A CPTrans ressalta, porém, que as localidades não ficaram totalmente desassistidas, já que outras linhas atenderam parte da demanda.

    A Turp também registrou aumento nas infrações por viagens não realizadas, com média de 11 autos por dia, quando a meta estabelecia quatro. Segundo o relatório, o agravamento decorre da insuficiência do quadro de motoristas.

    Outra meta descumprida foi a regularização da frota contratual e extra, que deveria atingir 124 veículos por dia útil. No período, a empresa apresentou média de 116.

    Metas parcialmente atendidas

    A Turp deveria reforçar a frota em 12 linhas consideradas críticas. Contudo, as linhas 600, 619, 701, 706 e 750 apresentaram intermitência ou ausência de operação nos primeiros 15 dias de setembro. Já as escalas extras das linhas 603, 611, 613, 615, 637, 700 e 711 operaram regularmente, o que levou a CPTrans a classificar a meta como parcialmente cumprida.

    Em relação às falhas mecânicas, houve apenas cumprimento parcial. A média de autos de infração caiu de três para dois por dia. O relatório explica que esse tipo de autuação é utilizado pela CPTrans exclusivamente para veículos em falha mecânica ou em desconformidade durante a operação, “sem qualquer referência ou correlação com veículos eventualmente reprovados em vistoria regular”.

    Turp promete melhorias e pede novo cálculo da tarifa

    Em reunião com a CPTrans no dia 4 de setembro, a Turp informou que prevê, ainda em setembro, o aumento da disponibilidade de veículos reserva e o início da implementação de novas linhas, conforme previsto no contrato emergencial.

    A empresa também solicitou que a CPTrans incluísse, no primeiro relatório quinzenal, a planilha tarifária individualizada por viação. Segundo a Turp, a sua tarifa técnica não é de R$ 5,90, mas “historicamente, superior em 5% a 6% à tarifa média praticada”. O pedido não foi atendido pela companhia de trânsito.

    A Turp afirmou ainda que deve reduzir o número de viagens perdidas por falhas mecânicas, já que está adquirindo motocicletas para o deslocamento das equipes de socorro. O objetivo é agilizar o atendimento entre a garagem e o veículo em pane, uma vez que, segundo a empresa, são raros os casos em que o ônibus precisa ser levado até a sede.

    A concessionária também declarou enfrentar um “grande desafio” para contratar e manter mão de obra qualificada, o que compromete as escalas. Como alternativa, informou que promove balcões de emprego e oferece bonificação a motoristas que permanecem durante o período de experiência.

    A Turp destacou ainda programas voltados ao diálogo com os passageiros, como o “Turp Escuta” e reuniões com comunidades atendidas.

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