• Registrando a vida

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  • 07/08/2019 09:30

    Um resto de ano promissor e feliz, eis minha presente esperança. Muitos fatos de expressão ocorreram no último ano – 2018 – e isto vem sendo repetido agora, 2019. Mesmo estando um pouco ausente de eventos culturais, coisas da idade e da friagem, estou atento ao que vem acontecendo no Município, de orelhas em pé, ouvindo menos, e buscando com o olhar as belezas, tristonho olhar enevoado manchado pelo cansaço.  

    Vou por ai, do jeito que as pernas comandam e a cabeça engendra, tentando viver a vida. Procuro manter a dignidade, o que não é difícil, graças ao emboço firme que a construção de minha vida tem abrigado, mesmo com as cores desbotadas. Quem liga para isto?

    Para comemorar meus 50 anos associado da Academia Petropolitana de Letras, até novembro lançarei 9 livros, sob temas literários e históricos, a saber: “Gaivotas”, poemas de meu pai Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos III; e meus: “Pingos” com mais de uma centena de trovas; “A Ceia dos Canibais”, 10 comédias adultas, encenadas pelo TEP e Recontando; “Desengavetando”. contos e crônicas, buscados lá no fundo do baú; “Uma estranha Loja de Discos” e “Memórias do Bicho-Papão”, histórias infanto-juvenís; “O Poeta-Herói” e “Valoroso Empresário”. 2º e 3º volumes da obra “Os 3 Heleodoros”; e “Eterna Vida”, poemas que rabisquei no dia-a-dia da existência.

    Constato que, se de um lado, quantos, como eu, têm produzido  cultura pelo exercício literário, do teatro e das artes, infelizmente os políticos pioram mais e mais, continuam coveiros dos ideais, lançando nosso povo no abismo sem fundo e sem volta.

    Do livro “Eterna Vida”, o meu e o seu grito de revolta:

    “Plantão Permanente / Quem se incomoda com o morro / e sua gente arquivada / nas gavetas piramidais / que arranham nuvens cinzentas? / Que sentimentos humanos / que almas despreparadas / para a vida e para a morte / vivem nos catres de lodo? / As sarjetas lumiam o céu / e trazem a lua ao esgoto / que reflete nossa alma / em todos os perdigotos / com sua halitosidade / abandonando a boca / de dentes que são cloacas / Nos corpos amontoados / nos barracos de lata e lixo / existem almas e vidas / cercadas de esperanças / de balas de chumbo e ódio / de bandidos impiedosos / de mães que parem seus filhos / em puberdades sofridas / homens deitados em bares / bebendo insensatez / crianças rasgadas de vida / nos farrapos da má sorte /  escolas ameaçadas / alunos devoradores / das merendas da caridade /Nas casas a cesta básica / mercadoria que compra / a cachaça e a maconha /salário isso e aquilo / projetos, promessas vãs / formam o caldeirão / do que melhor alimenta / o político de plantão!”

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