Reflexões do dia seguinte
Bernardo Rossi venceu. Todos os petropolitanos desejam-lhe êxito e coragem para enfrentar a monstruosa crise nacional. Rubens Bomtempo foi derrotado nas urnas; eu ouso dizer que é uma experiência que engrandece e amadurece os políticos. Falo com base, sou veterano em tundas nas urnas. Aos que atuaram no 2º Turno, os meus cumprimentos.
Lembro a imperiosa necessidade da publicação e entrega – a ordem é a da essencialidade – do relatório previsto pelo artigo 79 da LOM. Bem sei que a Lei Orgânica revista não foi publicada, mas o texto do artigo já constava da edição original da LOM (1.990). Até o dia 5.11, o DO deverá publicar o relatório. Permito-me assinalar que o último DO publicado até esta segunda-feira, dia 31 foi o de sexta feira, dia 21; para publicar o de 5 de novembro em dia, como fazem a Tribuna e o Diário, vai ser necessário um grande esforço, e eu torço que seja feito. O povo tem o direito moral e legal de saber como está Petrópolis quando da passagem de um Governo para outro; será um baita aprimoramento de nossa democracia municipal, e quero dever esta realização ao atual Prefeito de três mandatos.
A TRIBUNA publica, nesta segunda, um quadro sobre as eleições, que copio sem vergonha: o nosso eleitorado é de 244.648 eleitores; desses, 66.275 não foram votar (27,08%); “votaram” branco ou nulo” 27.757 eleitores (11,35%). Nosso eleitorado negou-se a participar 94.032 vezes, sejam 38,43%. Em resumo, mais de um terço do eleitorado não quis saber do 2º turno; eu diria tratar-se muito menos de responsabilidade das duas personalidades em confronto que de culpa de nosso sistema partidário-eleitoral falido e desmoralizado. Ainda no domingo, falava o presidente do TSE sobre a comparação entre planos de governo; perdão, mas o que são planos de governo senão devaneios usurpadores?
Temos comentado o rol de tarefas que os novos mandatários, no Executivo e Legislativo, irão enfrentar. A equipe do Executivo que sai deve deixar um feixe de êxitos inquestionável, sobretudo na Saúde e Educação; e uma lacuna que lamento demais, na Gestão Participativa. Ao escrever “deve deixar”, lembro-me da frase célebre dos cronistas esportivos: um jogo só acaba quando termina. Ainda temos dois meses pela frente, meses de transição, de reflexão e, nada impede, de grandes ações transparentes e meritórias. Dois meses são 4,17% de todo o mandato.
A Câmara tem tarefa mais redentora pela frente, na minha míope avaliação. A Legislatura que se encerra, e que já desmonta a barraca em 15 de dezembro para dar uma descansada de mês e meio ou de quatro anos, andou fazendo estrepolias graves: desrespeito à LOM – inclusive omissão de publicação – não-eleição da Ouvidoria do Povo, cegueira em face da prorrogação ilegal do contrato da Águas do Imperador, transformação do Palácio Amarelo em Ilha da Fantasia nº 2, colocação do protocolo no alto do morrão, teimosia em multiplicar audiências públicas sem normas, erro já corrigido pela Resolução 88.
A todos, desejamos sucesso. A FPP mantém portas abertas; se nenhum dos dois candidatos nos respondeu quando da campanha, isto é passado. Cá estamos como sempre, Estatuto da Cidade e PL do INK na mão, prontos para participar.