Reestruturação do transporte prevê aumento de linhas troncais e subestações de transbordo nos bairros

E a gestão Hingo Hammes decidiu mexer no vespeiro do transporte público, com um pacotaço para reestruturar o serviço. A primeira ação é administrativa: novos contratos emergenciais substituindo os antigos, firmados após a retirada da Petro Ita e Cascatinha, arrochando a cobrança e, principalmente, trazendo para a Prefeitura o controle das informações sobre a bilhetagem eletrônica. Mas tem mais. A Prefeitura fala criar linhas troncais (como são a 100 e 700, por exemplo) e subestações de transbordo para “reorganizar o sistema, substituindo o modelo anterior à pandemia”. Ou seja: a ideia é mudar tudo e a sinalização inicial é fortalecer o que já acontece em regiões como Itamarati, Cascatinha, Corrêas e Itaipava: linhas alimentadoras saindo das comunidades e indo em direção às estações (ou subestações), onde os usuários pegam os ônibus das linhas troncais.

Modelo rentável, mas que gera impacto imediato na rotina das pessoas

Isso reaquece uma velha discussão. A troncalização é defendida por especialistas por gerar melhor gerenciamento do sistema, reduzir o tempo de viagem e otimizar os recursos, aumentando o tempo de vida útil dos ônibus – que rodam uma distância menor entre a comunidade e o terminal e podem, inclusive, ampliar a oferta de horários – ou o compartilhamento de linhas. Mas essa mudança mexe muito no dia a dia do usuário e, no início, gera muito desgaste. A última tentativa foi feita em 2008, no fim do segundo governo Bomtempo, no Alto da Serra. A estação era apertada, a distância para baldear, pequena e os usuários não entenderam. O tema virou polêmica eleitoral. Paulo Mustrangi, na época de oposição, fez a festa e, assim que assumiu, arrancou as grades com pompa e circunstância. Mas, no terminal Itamarati, da mesma época, deu certo. A coisa foi mais bem conduzida, o terminal está lá até hoje e a empresa tem operação ajustada, com baixo índice de falhas.

História, construção, rabisco e gaveta

Vale recapitular: os terminais de Corrêas e Itaipava foram construídos pelo prefeito Paulo Gratacós, no início dos anos 1990, instituindo a tarifa única e garantindo o pagamento de apenas uma passagem (hoje em R$ 5,30) da Posse para o Centro. Em 2007, junto com a nova Rodoviária, foi aberto o Terminal Bingen, criando a linha troncal 100 e integrando parte das linhas. Um ano depois veio o Terminal Itamarati e a tentativa malsucedida do Alto da Serra. Não se falou mais nisso e outros projetos ficaram na gaveta, com estações na Paulino Afonso (onde hoje é Estação de Tratamento de Esgoto da Águas do Imperador), na Washington Luiz (onde hoje é a UPA Centro), no Quitandinha (em frente à Comdep) e no Retiro (em frente à delegacia).

Até tarifa zero entra no radar

Após os Partisans mostrarem que 20 municípios do Estado já iniciaram a tarifa zero no transporte público, o prefeito Hingo Hammes aventou essa possibilidade no comunicado em que anunciou o plano de contingência do transporte. A gestão quer agora utilizar os recursos do PAC “como um dos pontos para baixar a tarifa ou até mesmo utilizar a frota (o recurso é para a compra de novos veículos) para a tarifa zero”.

Pedágio mais baixo

E após grande pressão da opinião pública e uma intensa batalha judicial, o preço do pedágio enfim vai abaixar! E já começa a partir de sexta! A tarifa vai para apenas R$ 3,80! Calma… Vai ser na Linha Amarela e a redução nem é lá essas coisas, só 5%. Para chegar até a praia e os shoppings da Barra no feriadão, a gente ainda vai ter que pagar os R$ 14,50 de sempre para a Concer.

Abairramento formal

Falando na cidade do Rio, os vereadores de lá querem criar novos bairros e uma nova região, a Zona Sudoeste, que, de forma sutil, desmembraria a Barra da Tijuca e Jacarepaguá de Campo Grande, Bangu etc. Aqui em Petrópolis, vale lembrar para não deixar morrer a ideia do abairramento formal. A Secretaria de Planejamento retomou no início do ano os estudos sobre a divisão territorial da cidade, mas sabe como é, começo de governo todo mundo se empolga, aí depois uma coisa sempre atropela a outra… E isso não pode ser esquecido. Fica aí o lembrete.

PSD vai com tudo

Após Hingo Hammes ter reafirmado que vai seguir os passos do governador Cláudio Castro na sucessão estadual, cresce a importância dos principais nomes do PSD em Petrópolis na campanha de Eduardo Paes. O deputado federal Hugo Leal, naturalmente, é candidato à reeleição. Já a possível candidatura do presidente da Câmara, Júnior Coruja, à Alerj, já esquentou e esfriou nas bolsas de aposta e, agora, essa pressão deve aumentar – ainda mais que a prioridade do prefeito do Rio é fortalecer os palanques no interior, onde ele tem menos bases.

Nova política

Partisans estão absolutamente enlouquecidos com grupos do zap de “lideranças comunitárias”. O ritmo é frenético e a resenha não tem hora pra acabar. Não deve sobrar tempo nem pra ir na rua ver como estão as modas. E ainda falta um ano para começar as eleições para deputado…

Lei do menor esforço

Também há uma profusão de páginas apócrifas (Partisans até desconfiam de onde vêm, mas não arriscam palpites…) ou de “lideranças comunitárias” de oposição. Até aí beleza. Mas o povo tá abusando demais do ChatGPT. Tudo do mesmo jeitinho robótico. Vamos caprichar um pouco mais que tá osso!

Contagem

Estamos há 2 anos, 1 mês e 15 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

Contatos com a coluna: lespartisans@tribunadepetropolis.com.br.