• Recuperação de imóvel na Souza Franco é sinônimo de preservação do patrimônio

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  • 24/04/2016 07:00

    A construção remota ao século 19 e é mais um dos casarões históricos da Cidade Imperial. O imóvel, localizado na Rua Souza Franco, nº 157, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e está sendo recuperado por um grupo de engenheiros e arquitetos. O projeto de recuperação é do arquiteto Paulo Vasques e está sendo executado por profissionais da empresa Cortein. O desafio para a recuperação foi o tempo em que o imóvel ficou abandonado – cerca de 30 anos. Durante esse período, o prédio sofreu com infiltrações e até árvore nasceu no telhado. 

    Fábio Esch é o arquiteto responsável pela obra e conta também com a ajuda e o apoio do estagiário da Cortein, o estudante de engenharia, Pablo Carvalho. Fábio contou que o prédio terminou de ser construído em 1900. Castelinho, foi o nome dado pela empresa ao imóvel, que tem suas características semelhantes a um castelo. Na parte externa, seu formato chama atenção naquela rua. Mas, a riqueza da casa está de fato, na área interna, que mantém pinturas nas paredes feitas 116 anos atrás. 

    A residência é composta por dois andares e mais de 10 cômodos, sendo 7 quartos. A altura entre o chão e o teto tem a característica marcante das construções antigas: chegam a medir 4 metros. O andar debaixo é ligado por uma escada de madeira de riga de pinho ao de cima. E a recuperação dessa escada foi um grande desafio para os profissionais que atuam na restauração. Isso porque uma parte dela estava arriada, o que fez com que fosse feito um trabalho delicado para que ela não precisasse ser demolida. 

    Na parte da frente da casa, buscou-se manter todos os detalhes do início da construção, como as pinturas na parede e até mesmo as madeiras de pinho de riga no chão, portas e janelas, além das maçanetas, que apresentam detalhes típicos daquela época. Na parte de trás, vista como um anexo, a ideia foi que a arquitetura compusesse de forma harmônica com o restante da construção. “Buscamos não colocar nenhum detalhe para que não houvesse confronto entre o novo e o antigo. A ideia é mantê-los em harmonia”, declarou. 

    Em uma das salas procurou-se restaurar até o teto, que também foi feito com pinturas daquela época. “Conseguimos consolidar a madeira, sem retirar do lugar. Agora falta a recuperação pictórica, que ainda deve levar um tempo”, disse. A recuperação da casa já dura 1 ano e três meses e ainda não há prazo para que seja finalizada. 

    Segundo Fábio, esse tipo de trabalho de recuperação custa caro. E esse é um dos motivos que faz com que poucas pessoas invistam na restauração de imóveis tombados. “É difícil encontrar quem dê valor a esse tipo de coisa”, comentou ele, que já trabalhou na recuperação de imóveis como a Casa de Santos Dumont, Praça da Liberdade e no estacionamento do Roberto Marinho, que fica no Cosme Velho, no Rio de Janeiro. Todos em áreas tombadas pelo patrimônio. 


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