• Recordando

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  • 13/07/2017 12:25

    Recordar é viver, é o que assevera o adágio popular.

    Exatamente, com lastro nesse pensamento, é o que pretendo deixar enfatizado nestas modestas linhas.

    Em primeiro lugar, relembro, ainda pleno de emoções e de inesquecíveis recordações, o mestre Roberto Francisco, que há pouco nos deixou.

    Aliás, a propósito do caríssimo amigo, reporto-me ao mesmo por ocasião em prefaciou a obra “O Canto do cisne”, publicada “in memoriam” de meu pai, o poeta Osmar de Guedes Vaz. 

    Assim é que descreveu Roberto Francisco, a respeito do autor, seu grande amigo: 

    “… Afeito à composição dos versos, o vate se entrega todo à doce tarefa poética, exteriorizando sensibilidade, carinho, amor e fantasias”.

    E prossegue, adiante:

    “… O autor traz do “imo” sua arte, em que se notabiliza nos sonetos, sextilhas, poemas e, especialmente, trovas. Nestas, faz mágicas com as modalidades líricas, trocadilhísticas, filosóficas, humorísticas, irônicas”.

    Percebo que assiste razão ao mestre Roberto Francisco, eis que o poeta, realmente, dedicou sua vida a escrever, sobretudo, para exteriorizar carinho, amor, sensibilidade e fantasias. 

    Como o poeta, aliado a tantos outros intelectuais que desta maneira assim também pensam, eis que fazem eleger a natureza fonte de inspiração, parte integrante de suas vidas e obras.

    Vale lembrar, a propósito, o acadêmico Fernando Costa, que ao fazer referência à obra publicada pelo também acadêmico Paulo Cesar dos Santos, “Poetas Petropolitanos”, assim se manifesta: “… A poesia está nas flores, na dor da saudade, na água cristalina que corre no regato, no pôr do sol, na constelação ou no sorriso da criança a espalhar o azul do lago… Ela refina a alma, burila o espírito e renova a esperança. É catarse e energia. Estimula o viver e o conviver. É o refrigério da alma…”

    E o poeta Guedes Vaz, como não poderia deixar de ser, também fez abraçar a natureza, com todo ardor e inspirado, justamente, nas belezas naturais do mundo em que vivemos, criação da Divindade Superior, legando-nos belas trovas como aquelas que passo a transcrever, todas integrantes da obra supra citada:

    “A tempestade rugia… / e, sobre o dorso do vento / que, fustigado, corria… / corria o meu pensamento. 

    Tarde de inverno… bramia / o vento, como um açoite… / e, o sol, que já se escondia, / beijava a boca da noite.

    A aurora saiu mais cedo… / e o sol, que vinha em seu colo, / já ardente, beijava o solo. que dormia calmo e quedo.

    A cascata, lindo véu, que bate de rocha em rocha, / é de noiva, lá do céu, / que entre nós não desabrocha.

    E, ainda:

    Que cena mais deslumbrante, /quando o sol, que nos aquece, vai se pondo, no horizonte, à tarde que se fenece”.

    Um voto de louvor, pois, aos poetas que nos proporcionam bem-estar à alma e ao envolverem nossos corações fazem com que nos tornemos mais ternos e pacíficos.

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