Recordando o jornalista

No transcurso do ano de dois mil e quinze, publiquei artigo na imprensa local a propósito de uma extraordinária figura – a quem Petrópolis muito deve – que deixou marcada sua passagem por estas paragens, não podendo, por isso mesmo, ser esquecido.

Primeiramente, permito-me retratá-lo como um idealista, criatura dotada de espírito empreendedor – e pondere-se e é justo que se assinale – amigo fraterno de seus amigos, aliás como ocorreu com o meu pai.

Personalidade inovadora, fala pausada, portador de um grande coração sempre a bater com todas suas forças, aliadas à inteligência no sentido de projetar nossa terra em direção a novos horizontes, os quais certamente fizeram resplandecer luzes dirigidas à Cidade de Petrópolis – diga-se de passagem – a que tanto amou, juntamente com sua esposa e filho, o sempre lembrado Paulo Roberto Nunes.

Assim é que colaborou o jornalista César Nunes com a imprensa petropolitana, em particular junto ao Jornal de Petrópolis, à época dos tão sempre recordados Alcindo Roberto Gomes e do empresário e radialista Wilson Carneiro Malta.

Detentor de um precioso acervo fotográfico, César Nunes retratou um sem número de eventos relacionados com a política, inclusive de âmbito nacional, todavia nunca deixando de lado aspectos culturais e também políticos que ocorriam em nossa Petrópolis.

Assim é que através da fotografia e do grande número de filmes, quiçá inéditos para muitos, em decorrência do esforço hercúleo levado a efeito, quedou por deixar marcadas tais recordações e por isso mesmo os petropolitanos devem a esse ilustre brasileiro um preito de gratidão, que nunca poderá ser esquecido.

Afinal, trata-se de uma história de centenas de eventos envolvendo a cidade de Pedro e quando se faz referência ao tema “cultura” há que ser o mesmo tratado de modo todo especial, com o fito de que o maior número de pessoas possa vir a se inteirar de tais preciosidades.

Outrossim, por haver conhecido Paulo Roberto, faço questão de deixar patente a propósito de sua preocupação, a mim transmitida, no sentido de que fosse resguardada, mas também dada a devida publicidade a tão relevante obra deixada pelo pai. Lembro-me bem que nos idos de 2011, em razão de minha passagem pela sub-procuradoria geral do município, relatou-me Paulo Roberto que “… muito apreciaria que o acervo em questão passasse a integrar o patrimônio da municipalidade”.

Entretanto, tal iniciativa não logrou êxito.

César Nunes, levado a comparecer a eventos, os mais diversos, durante anos, com objetivo de deixar consignadas datas relacionadas com a história de Petrópolis, na verdade conseguiu realmente alcançar seu intento, vez que a cidade foi por ele retratada em diferentes acontecimentos através de filmes, graças ao denodo do ilustre jornalista que fundou e soube cuidar, por diversos anos, da César Nunes Produções Cinematográficas Ltda.

A nossa, mais uma vez, sincera homenagem, que deixamos aqui consignada a tão valoroso cidadão!