• Realização de lucros pressiona dólar de forma limitada por risco fiscal

  • 22/nov 10:04
    Por Silvana Rocha / Estadão

    O dólar abriu em alta nesta sexta-feira, 22, alinhado ao sinal predominante no exterior, mas passou a cair no mercado à vista, com uma realização de lucros. Ontem, o dólar à vista fechou a R$ 5,8115 – maior valor desde o dia 1º deste mês (R$ 5,8694), quando registrou o pico histórico (R$ 5,8694).

    O recuo no câmbio nesta sexta é limitado pelo dólar forte no exterior e preocupações com o cenário fiscal, uma vez que o anúncio do pacote de aperto fiscal ficou para a próxima semana, na segunda ou terça-feira, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    Investidores aguardam hoje a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, que deve trazer bloqueio “na casa dos R$ 5 bilhões” no Orçamento de 2024, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O bloqueio nas despesas é realizado para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal.

    Em relação às medidas de contenção de despesas, Haddad não confirmou se o impacto seria em torno de R$ 70 bilhões, mas garantiu que será suficiente para “reforçar o arcabouço fiscal”. Ele também confirmou que as iniciativas acertadas com a Defesa devem render uma economia anual de em torno de R$ 2 bilhões, conforme antecipou o Estadão/Broadcast.

    No radar fica também o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, que participa da 97ª Reunião Trimestral com Economistas, no Rio de Janeiro, às 9h30 e 11h.

    O IBGE informou que a taxa de desemprego caiu de forma significativa em 7 de 27 unidades da federação no terceiro trimestre deste ano.

    No exterior, o dólar avança ante os principais pares globais e moedas emergentes. O euro recua e, mais cedo, atingiu o menor nível desde dezembro de 2022, a US$ 1,0331, após PMIs fracos da zona do euro.

    Segundo analistas, a divisa dos Estados Unidos é apoiada também pela cautela global em meio à escalada das hostilidades na guerra da Ucrânia e a composição do governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tem ajudado a sustentar o dólar, sob expectativa de políticas inflacionárias e de mudança no rumo da política monetária.

    Na agenda dos EUA, saem a prévia do índice de gerentes de compras (PMI) de novembro pela S&P Global (11h45) e a pesquisa da Universidade de Michigan sobre as expectativas de inflação e o sentimento do consumidor dos Estados Unidos (12h).

    Às 9h42, o dólar à vista caía 0,29%, a R$ 5,7948. O dólar futuro para dezembro recuava 0,39%, a R$ 5,7995. No exterior, o índice DXY do dólar subia 0,55%, a 107,56 pontos. A divisa americana ganhava ante peso mexicano, peso chileno, rublo e lira turca, mas caía ante o rand sul africano. O juro da T-Note 10 anos estava a 4,330%, de 4,347% no fim da tarde anterior.

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