• Real Digital será o ‘Pix dos serviços financeiros’, diz coordenador

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  • 06/03/2023 15:53
    Por Célia Froufe e Thaís Barcellos / Estadão

    O coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central, Fabio Araujo, enfatizou nesta segunda-feira, 6, que a moeda digital da autoridade monetária (conhecida pela sigla CBDC em todo o mundo) funcionará como uma espécie de “Pix dos serviços financeiros”. Isso se dá, de acordo com o técnico, porque o real digital vai permitir a transferência de ativos financeiros de forma tão imediata quanto o Pix.

    O projeto piloto, que terá início ainda este mês, terá a participação de bancos, instituições de pagamento, cooperativas e outras participantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

    “Vamos discutir propostas de piloto com participantes do sistema no início de abril”, previu Araujo.

    Redução de custo de crédito

    O coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central avaliou ainda que o Real Digital poderia reduzir custo de crédito e aumentar retorno de investimentos porque retira intermediários das negociações.

    Além disso, um dos principais objetivos da CBCD (moeda digital do BC) brasileira, é permitir a realização de novos serviços financeiros. Questionado sobre se o real digital vai acabar com a moeda física, técnicos explicaram que a maior diferença de um CBDC é o uso de tecnologia e oferta de serviços possíveis.

    Araujo disse que apenas no workshop sobre o tema marcado para ocorrer no início de abril é que os critérios dos participantes da fase de testes serão anunciados. De acordo com ele, esses critérios ainda não foram fechados atualmente.

    Custo do Real Digital

    O chefe do Departamento de Informática do Banco Central, Haroldo Jayme Cruz, salientou que a instituição ainda não calculou o custo total do real digital. Segundo ele, os investimentos em infraestrutura não serão grandes em testes.

    Ele fez estas considerações após ser questionado sobre comparações com o Pix, mas disse que um paralelo não poderia ser feito porque ainda não está em execução, e apenas passará, a partir deste mês, da fase de testes. “A expectativa é que os custos do real digital sejam compatíveis com o Pix.”

    Fase de testes

    O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital Nunes Pereira, destacou que acompanhará de perto a fase de testes, mas que toda a operação de liquidação e custódia já ocorre no Selic. “Vamos avaliar ajustes no sistema Selic nos testes do real digital.”

    O chefe-adjunto do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, Marcus Antônio Sucupira, acrescentou que o período de acompanhamento será para evitar riscos adicionais para a operação.

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