Reação contra a inércia
Aproveitando o “gancho” da crônica de Alexandre Hugueney de 27.11. “Mosaico de Governo”, venho fazer eco a seus comentários como testemunha de fato ocorrido na véspera, dia 26, sábado, às 15h30, na Praça D. Pedro, quando vândalos encenavam um espetáculo deprimente de falta de zelo pelo bem público que, em algazarra, abusavam da irresponsabilidade, amassando plantas, subindo no monumento – um sobre a cabeça de D. Pedro e outro fazendo seu pé de cavalinho, além de terem emporcalhado o local transformando em varal com seus trapos imundos – todos, visivelmente drogados ou alcoolizados.
As pessoas, abismadas, assistiam impassíveis e eu, sentado num banco com amigos, não suportei tanta baderna que emporcalhava nossa bela praça. Mesmo sob protesto, enfrentei-os e reclamei do comportamento e responderam que a praça era pública. Formada a confusão, me retiraram do local, para me preservar, quando telefonei para o 190 e informaram que já estava saindo um "destacamento" para o local. Após 15 minutos apareceu um carro da PM com o tal “destacamento” – um sargento e um motorista. Cheguei-me a eles para me identificar e o sargento, sem sair do carro, disse não estar vendo nada de anormal e que, se houvesse, deveria ser comunicado à Guarda Municipal. Respondi-lhe que, se não lhes competia, eles é que deveriam ter transferido tal incumbência. Não sei se por acaso ou por providência, naquele momento apareceu uma viatura da GM com um sargento e dois soldados que enfrentaram os marginais e, acintosamente, um deles voltou a subir sobre o monumento, vociferando contra a república e a favor da monarquia – tendo sido detido e levado pela viatura.
É lamentável que presenciemos tal cena sem encontrar a devida coibição por parte do poder público, justamente, num sábado – dia que marca a presença de turistas, dando um triste espetáculo de marginais de fora da cidade – todos maltrapilhos, sujos – tanto rapazes como moças – verdadeiros párias de uma sociedade decadente.
A praça estava cheia de pessoas mas todas receosas de se manifestarem e a maioria preocupada com minha atitude mas, infelizmente, meu sangue ferveu de revolta, mesmo me arriscando, morreria sufocado se não me manifestasse em protesto. Mesmo me expondo, não é minha índole, a apatia – em quaisquer circunstâncias.
Infelizmente, vivemos num país amorfo de autoridade – apático e letárgico – que empurra tudo com a barriga deixando o cidadão, pagante de impostos, entregue à sua própria sorte. É desanimador ver um povo acuado por leis protecionistas de marginais, traficantes e corruptos – estes, que bem defendem suas devidas índoles negativas, apoiados numa fantasia chamada de “Comissão dos Direitos Humanos”, cujas leis só protegem desclassificados, tanto, que a PM isentou-se de qualquer ação, nem mesmo se prontificou a dar cobertura à Guarda Municipal que se portou energicamente. Afinal, qual o papel da PM se não defende o cidadão?
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