Querem transformar Senado em ‘apêndice do Executivo’, diz Simone Tebet
Após o MDB abandonar a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à presidência do Senado, a parlamentar afirmou que há um movimento para transformar a Casa em um “apêndice” do Executivo. Além disso, a senadora colocou em dúvida sua permanência no partido a partir de março.
O comentário foi feito em coletiva de imprensa após caciques da legenda negociarem apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do Palácio do Planalto. No anúncio, Tebet lembrou que o MDB fez um acordo para lançar um candidato único à vaga entre quem tivesse mais votos. A atuação do Palácio do Planalto, porém, mudou o cenário.
“O jogo está pesado”, classificou a senadora, afirmando que os senadores têm autonomia para decidir em quem votar. “Eu me lancei candidata sem nenhuma condicionante. Veio o jogo de quererem transformar o Senado da República em um apêndice do Executivo e dentro disso, vocês podem interpretar como bem entender, começaram muitas negociações.”
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, o governo abriu o cofre e destinou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores aplicarem em obras em seus redutos eleitorais para influenciar na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. Apesar do movimento, Simone Tebet afirma ter o voto do líder da bancada, Eduardo Braga (AM).
Simone Tebet disse que o MDB será chamado a dar respostas porque “as ruas estão insatisfeitas e nervosas”. A permanência no partido, destacou, dependerá de questões regionais. A senadora poderá ser candidata à reeleição em 2022 ou até mesmo ao governo de Mato Grosso do Sul. A parlamentar declarou ter só “gratidão” a Braga e que manteve sua candidatura por “convicção e princípios”.
Simone afirmou que sua candidatura não é de situação ou oposição, mas de “independência”. Ela defendeu a retomada da agenda de reformas e também uma nova rodada do auxílio emergencial, ainda que com valor menor em relação às parcelas pagas em 2020 e podendo respeitar os limites fiscais deste ano. A própria classe política, afirmou, pode “cortar na carne” para viabilizar o benefício.