• Quem são Los Lobos, facção que assumiu assassinato de candidato à presidência do Equador

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  • 10/08/2023 16:10
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    A facção criminosa equatoriana Los Lobos, que assumiu a autoria pelo assassinato do candidato a presidência do Equador Fernando Villavicencio na saída de uma escola em Quito, capital do país, após um compromisso de campanha na quarta-feira, 9, é uma das maiores organizações criminosas do país, com mais de 8 mil membros.

    De acordo com a organização InSight Crime, especializada em pesquisa sobre o crime organizado na América Latina e Caribe, o grupo passou a ter mais espaço depois que outra facção, os Los Choneros, teve seu poder reduzido no Equador.

    A organização criminosa Los Lobos possuí forte controle sobre outras facções menores como Los Tiguerones e Chone Killers e possuí forte influencia nos presídios equatorianos, principal via do narcotráfico do Equador e por onde ocorrem os contatos com organizações criminosas do México e da Colômbia. A facção também possuí forte atividade no setor de mineração.

    Durante uma gravação, o grupo assumiu a autoria do ataque, alegando que o assassinato ocorreu após Villavivencio ter feito um acordo com a facção, mas sem cumprir as suas promessas.

    “Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro – que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados”, diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

    A facção Los Lobos foi fundada como uma dissidência da organização criminosa Los Choneros. O assassinato do líder da facção Los Choneros Jorge Luis Zambrano, em 2020, deixou um espaço para que a facção Los Lobos ficasse mais forte.

    Segundo o InSight Crime, a facção Los Lobos junto com organizações menores como Chone Killers e Los Tiguerones passaram a se chamar de “Nova Geração” por uma suposta ligação com a facção mexicana Cartel de Jalisco Nova Geração.

    O grupo de facções chamado de “Nova Geração” lançou diversas ofensivas contra os Los Choneros, o que levou a diversos embates dentro de prisões equatorianas. Em setembro de 2021, um conflito entre os dois grupos levou a morte de 119 pessoas no sul do Equador.

    A facção Los Lobos tentou assassinar diversas vezes um dos fundadores da gangue rival, Junior Róldan, que foi morto na Colômbia em março deste ano.

    Liderança

    Segundo o jornal equatoriano GK, o líder da facção “Los Lobos” era Wilmer Chavarría, mais conhecido como “Pipo”, que operava de dentro da prisão de Turi, em Cuenca. A polícia do Equador aponta que Pipo foi morto em um motim na prisão em 2021, no qual 34 presidiários foram assassinados, embora isso nunca tenha sido provado, de acordo com o GK.

    Desde a suposta morte de Pipo, Alexander Quesada, conhecido como “Ariel”, é considerado o líder da gangue, de acordo com o InSight Crime. O líder do Los Lobos também tem forte influencia nas facções Los Tiguerones e Chone Killers.

    Segundo o InSight Crime, a facção Los Lobos opera principalmente nas cidades de Latacunga e Cuenca. A facção também é forte na província de Pastaza. A facção tem o controle total da prisão de Turi, em Cuenca, que abriga cerca de 1.600 pessoas.

    A organização criminosa também possuí forte influencia na penitenciária de Guayaquill e em outros presídios menores do Equador.

    Atividade

    A renda do grupo se baseia na movimentação de cocaína comprada por carteis mexicanos de grupos colombianos. O país sul-americano se transformou em passagem para que a cocaína vinda da Colômbia chegue aos Estados Unidos e o continente europeu. Tanto a facção Los Lobos quando outras facções do Equador tem movimentado o trafico de cocaína.

    A organização criminosa equatoriana protege os carregamentos de drogas e também pode cobrar dívidas ou trabalhar como assassinos de aluguel, segundo o site InSight Crime. A facção também participa de atividades de microtráfico em várias cidades como Quito, Guayaquil e Quevedo.

    De acordo com o InSight Crime, o grupo conseguiu penetrar no sistema prisional equatoriano por meio de suborno de agentes penitenciários e corrupção.

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