• Quem são as 10 vítimas do ‘maior serial killer de Alagoas’

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  • 20/nov 07:20
    Por Caio Possati / Estadão

    A Polícia Civil de Alagoas prendeu nesta terça-feira, 19, Albino Santos de Lima, de 42 anos, acusado de ser o autor de 10 assassinatos, todos cometidos em Maceió e dentro de um raio de 800 metros da sua residência. Essa alta quantidade de crimes o faz ser considerado o maior serial killer (assassino em série) da história do Estado, de acordo com as autoridades de segurança local.

    Segundo as investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os assassinatos aconteceram em um espaço de, aproximadamente, 10 meses. O primeiro foi registrado em 29 de outubro de 2023, e o último, em agosto deste ano. Das 10 vítimas, sete são mulheres e três, homens.

    Lima chegou a confessar a autoria de oito homicídios em um depoimento dado à polícia na semana passada. Ao lado do seu advogado, ele declarou que matou as vítimas porque elas supostamente estariam envolvidas com organizações criminosas, o que é negado pela polícia. Preso, Albino foi indiciado em três inquéritos por crimes de homicídio qualificado.

    Em entrevista à TV Globo, o advogado de defesa de Albino, Geoberto Luna, o chamou de “sociopata”. “A cabeça dele é uma cabeça de uma pessoa doente, um sociopata, e esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que, mesmo sendo um serial killer, ficando-se confirmado, ele tem direito a defesa”, disse.

    Quem são as vítimas e quando elas morreram

    As dez vítimas identificadas e as datas de suas mortes são:

    1. Mikaele Leite da Silva (19 de outubro de 2023);

    2. Louise Gybson Vieira de Melo (11 de dezembro de 2023);

    3. Beatriz Henrique da Silva (15 de dezembro de 2023);

    4. Débora Vitória Silva dos Santos (18 de dezembro de 2023);

    5. John Lennon Santos Ferreira (18 de dezembro de 2023);

    6. Joseldo Siqueira (8 de janeiro de 2024);

    7. Tamara Vanessa da Silva Santos (8 de junho de 2024);

    8. Emerson Wagner da Silva (21 de junho de 2024);

    9. Ana Clara Santos Lima (3 de agosto de 2024);

    10. Anna Beatriz Santos Tavares (26 de agosto de 2024).

    *As idades não foram informadas

    Acusado apresentava padrão nos crimes

    Albino Santos de Lima foi identificado por imagens de câmeras de monitoramento divulgadas pela imprensa local, e foi preso depois de ter o mandado de prisão expedido pela Justiça. Durante uma operação, em 17 de setembro, a polícia apreendeu uma pistola calibre 380, que pertencia ao pai dele, e um celular.

    As investigações descobriram que a arma apreendida foi a mesma usada nos outros crimes. Além de cometer os assassinatos perto de sua residência, a polícia apontou outros traços do modus operandi de Lima, como agir à noite e usar roupas pretas e boné para esconder o rosto.

    Além disso, de acordo com a delegada Tacyane Ribeiro, em nota divulgada pela polícia, o criminoso teria alguma obsessão por jovens com características físicas semelhantes, e teria pesquisado as vítimas na internet.

    Hábito de guardar as notícias dos crimes e tirar fotos nas lápides das vítimas

    O celular do acusado também foi importante para o avanço das investigações.

    O trabalho da perícia encontrou vestígios relacionados a vários homicídios, como o da jovem Ana Beatriz, menor de idade. No aparelho, também foram achadas duas pastas, com fotos e nomes das vítimas, marcados com a data dos homicídios

    “Ele também tirava prints de matérias de sites relacionadas aos crimes e chegou a tirar fotos dentro do cemitério e da lápide, provavelmente de uma das vítimas”, informou a Polícia Civil de Alagoas, em nota.

    Conforme o perito criminal José de Farias, responsável pelo exame, havia também registros de homicídios ocorridos entre 2019 e 2020, e que devem ser alvos de investigação.

    A polícia entende que o suspeito pretendia fazer novas vítimas. Segundo o chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, Charles Mariano, a perícia no celular identificou também pastas com imagens de sobreviventes e de possíveis futuras vítimas de Albino Lima.

    “(Este) é, até agora, o mais grave caso de homicídios em série na história recente de Maceió”, afirmou Charles Mariano.

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