• Queda na produção faz o preço do feijão disparar

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  • 26/06/2016 07:00

    Fazer uma boa feijoada, utilizando um bom feijão, pode sair a peso de outro, pois a marca Combrasil, encontrada na maioria dos supermercados e mercados do Centro Histórico, está custando em média R$ 8, sendo que em agosto do ano passado custava em média R$ 4.A dona de casa, Celma Maria Barbosa, 42 anos, moradora do Quarteirão Brasileiro, reclamou do preço do feijão, que segundo ela está cada mais caro. 

    Para ela, a solução é pesquisar e buscar produtos com qualidade. O problema, segundo Celma Maria é que aparecem muitas marcas desconhecidas e que, mesmo sendo mais baratas podem ou não ser um bom produto. “Por isso, procuro unir preço menor com um bom produto e para isso precisamos pesquisar”, afirmou a dona de casa. 

    A crise do feijão, cujo preço está em alta para o consumidor, levou a Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizar a redução do Imposto de Importação para os feijões preto e carioquinha por 90 dias. A alíquota normalmente é de 10% na Tarifa Externa Comum (TEC). 

    A redução da alíquota foi um pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), diante do alta do preço do feijão no mercado interno, sobretudo o carioca, por causa de problemas climáticos. Na região Centro-Sul do país, houve queda acentuada na produtividade das lavouras, em relação ao ano passado, especialmente em Mato Grosso (39,1%), Goiás (23,4%), Paraná (17%) e Minas Gerais (9,2%).

    Os países do Mercosul, como Paraguai e Argentina, já têm alíquota zero e, portanto, acesso livre ao mercado brasileiro. “Agora, com a alíquota zero para países fora do Mercosul, o Brasil vai ampliar as opções de importação do produto para aumentar a oferta no mercado interno e reduzir os preços”, disse o ministro Blairo Maggi. As principais opções de fornecedores do grão são a China, EUA, Etiópia e Canadá, que estão entre os maiores exportadores mundiais. 

    Por causa do preço dos alimentos industrializados, os consumidores brasileiros preveem uma inflação de 10,5% nos próximos 12 meses. A estimativa, da pesquisa Expectativa de Inflação dos Consumidores, realizada neste mês pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é 0,2 ponto percentual superior à registrada no levantamento de maio (10,3%) e interrompe uma trajetória de três meses de queda. 

    A maior elevação da expectativa de inflação ocorreu entre os consumidores da faixa de renda mais baixa. Entre eles, a taxa cresceu 0,6 ponto percentual e chegou a 11,3%. De acordo com a FGV, a leve alta de 0,2 ponto percentual está dentro da margem de erro estatístico. A interrupção da trajetória de queda pode ser efeito da taxa de 0,78% da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio e pelo grande aumento dos preços dos alimentos in natura.

    Outro destaque dos dados é que os cariocas estimaram, na pesquisa de junho, uma taxa de inflação 0,7 ponto percentual acima do resultado de maio. A FGV acredita que isso tenha relação com a expectativa de aumento de preços durante os Jogos Olímpicos que ocorrerão no Rio em agosto.

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