• Quebras constantes e lotação: moradores do Vale do Carangola pedem melhorias no transporte público

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  • 27/11/2021 15:30
    Por Luana Motta

    A rotina dos moradores do Vale do Carangola que dependem do transporte público tem sido duramente prejudicada por causa dos problemas constantes com as linhas da empresa Viação Cascatinha, que atendem o bairro. Em horários de pico, passageiros dizem que são deixados para trás no ponto de embarque por causa da lotação. Quebras constantes, e acidentes como o que aconteceu recentemente quando um dos coletivos perdeu o eixo durante uma viagem na comunidade, colocam em risco passageiros e funcionários da empresa. 

    Uma das líderes comunitárias, Angela Maria Rosa, contou que frequentemente os moradores que utilizam a linha 519, logo nos primeiros horários, entre 5h30 e 7h, são deixados para trás, porque o coletivo já passa lotado. A comunidade tem cerca de 8 mil habitantes e os três ônibus da linha não têm sido suficientes para atender a demanda, já que passageiros de localidades próximas também o utilizam. 

    Alguns moradores disseram à Tribuna que durante a pandemia, a frota foi reduzida, e mesmo com as flexibilizações não houve recomposição. E que ainda que o número de usuários tenha sido acrescido, com a instalação do Conjunto Habitacional Vicenzo Rivetti, a empresa não promoveu melhorias no transporte na região.

    À Tribuna, a empresa Cascatinha negou que haja problemas de lotação. Segundo a empresa, estão operando com 100% da frota na região, e que a demanda de passageiros está em apenas 75%, se comparado ao que era registrado antes da pandemia. 

    A empresa Cascatinha disse ainda que mesmo com a chegada dos moradores do Conjunto Habitacional Vicenzo Rivetti no ano passado, a demanda de passageiros atual ainda é 25% inferior. “Além disso, os moradores do condomínio ainda possuem alternativas de linhas de ônibus, como a 504 – Carangola, 506 e 529 – Vicenzo Rivetti”, informou a empresa. 

    Passageiros relatam medo e preocupação sobre estado de manutenção dos ônibus

    Angela Maria, uma das representantes dos moradores, contou à Tribuna que após o episódio em que um ônibus perdeu as rodas durante uma viagem, e que inclusive deixou duas passageiras feridas, um outro ônibus pegou fogo. O primeiro acidente aconteceu na manhã do dia 9 de agosto, o veículo perdeu o eixo e deixou a comunidade parte do dia sem transporte. No segundo episódio, a moradora não precisou em que data ocorreu, mas lembra em detalhes o susto que os passageiros levaram com a fumaça dentro do ônibus. 

    Além disso, mudanças nos pontos de embarque e desembarque têm prejudicado idosos e pessoas que tem a mobilidade reduzida. Recentemente uma mudança entre dois pontos está fazendo com que seja cobrado mais uma passagem para que eles se desloquem em um trecho de menos de 500 metros. Os moradores se dizem cansados de cobrar melhorias no transporte do bairro, e pedem que a Prefeitura também intervenha junto à empresa. 

    A Tribuna perguntou a Cascatinha sobre os problemas relatados, a empresa disse que comprou um ônibus zero quilômetro e aguarda a chegada do veículo, que vai contemplar os passageiros da região até o fim do ano. Sobre as quebras, a empresa disse que são pontuais e não recorrentes. 

    A Cascatinha disse ainda que os dados que foram disponibilizados pelo Sistema de Monitoramento dos ônibus via GPS, mostra que entre os dias 1º e 25 de novembro, a empresa cumpriu 98% de um total de 1.324 partidas programadas durante este período.

    Sobre os possíveis problemas relacionados aos pontos finais dos ônibus, a Cascatinha disse que vai tentar entender junto à associação de moradores do bairro as questões levantadas pelos passageiros, “uma vez que, todas as alterações realizadas nos últimos meses foram tratadas com base nos pedidos da própria população, por meio dos representantes do bairro”, informou a empresa.

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