• Quatro famílias se unem para manter laços entre irmãos adotados

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  • 29/08/2018 21:30

    As lágrimas que rolam dos rostos das mais novas mães são hoje de gratidão por terem consigo os filhos gerados no coração. João Pedro, Maria Clara, Paulo Igor e João Paulo de 13, 12, 9 e 6 anos respectivamente, são a maior realização de sonho para suas famílias. Adotados recentemente, os irmãos ainda que separados permanecem unidos por um único motivo: para que cada um deles tivesse hoje seu lar, os pais, que hoje são melhores amigos, tiveram de lutar por meses para conquistar a guarda das crianças. 

    Foram dores, aflição, incertezas e dificuldades encontradas até mesmo judicialmente. Houve advogado que não quisesse pegar o caso, existiu limitação para entrar na casa onde as crianças viviam, teve dúvida e medo de que os irmãos fossem para a adoção internacional e também saudade de quem enxergou, nos filhos, o amor à primeira vista.

    “No princípio foi desesperador e agora que está dando tempo de começar a curtir… Foi repentino e está sendo encantador viver isso. Ser chamada de mãe por ele me emocionou demais”, diz Cristiana Tavares da Cruz, servidora pública federal e mãe do João Paulo. A conexão de almas foi imediata entre a administradora Naira Souza e o pequeno Paulo Igor. “Senti no primeiro dia que ele era meu filho. Parece que eu já tinha ele a vida toda”, conta. 

    O desafio foi novo para a técnica de enfermagem Rosana Guilherme, que já era mãe de Johnny e Jordan, com 24 e 12 anos, e para Alessandro Henrique da Silva, que é operador de caldeira. A casa ganhou novo brilho com a chegada de Maria Clara. “Estamos cada vez mais próximos. Ela chegou na nossa casa muito arredia, tinha bastante dificuldade no relacionamento, mas vem evoluindo muito com esse contato diário. 

    O irmão mais velho foi o primeiro a ser adotado. A jornalista Carla Coelho e o publicitário Maurício Araújo conheceram o João Pedro em julho de 2017 e, depois de muitos esforços, conquistaram a guarda do adolescente. Em uma das visitas ao lar de crianças, Naira, que é amiga da jornalista, conheceu seu filho e a partir daí a história foi crescendo. 

    Burocraticamente, as condições eram quase impossíveis para que o pequeno Paulo Igor chegasse a casa da administradora. “Nós entendemos que tínhamos que ir à luta. Quando o mais velho foi destituído, ou seja, apto para a adoção, os outros tinham inclusive condições de ir para adoção internacional. A gente precisava encontrar mães e foi em um grupo de apoio que conquistamos as outras duas”, conta Carla. 

    Os irmãos, que poderiam ficar separados por força do destino, caminhos diferentes e outras possibilidades, hoje vivem cada vez mais juntos. As famílias se reúnem e vivem uma grande harmonia na relação entre todos. Os risos que dominam os rostos de todos, atualmente, não chegam a se comparar com as muitas lágrimas que foram passadas. As casas em que vivem os quatro agora têm ainda mais cor, mais vida e a conexão consanguíneos e os pais que os adotaram, teve o poder de amarrar doze histórias em uma só. 

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