Quase um mês após a retomada, pacientes enfrentam lentidão para reagendamento de consultas eletivas
Os meses de suspensão dos atendimentos eletivos da saúde geraram uma demanda que vai precisar de esforços para ser absorvida nos próximos meses. Quem precisa do atendimento enfrenta lentidão para a remarcação de consultas e exames. Os atendimentos eletivos foram retomados no início do mês de setembro e vêm operando com 30% da capacidade, seguindo normas e regras de segurança contra a Covid-19. As cirurgias eletivas, que estavam suspensas na última semana por falta de medicamento para uso em anestesias, já foram retomadas. Mas a demanda de exames e consultas ainda não tem previsão de quando será totalmente suprida.
A paciente Idelete Cristina Brand, de 49 anos, é uma dessas pacientes que aguarda a remarcação. A saga pelo atendimento já se arrasta há pouco mais de um ano. Em abril do ano passado, ela recebeu o encaminhamento para fazer uma biópsia no útero. O exame só foi feito um ano depois. E agora, Idelete aguarda que sua consulta na ginecologia do Hospital Alcides Carneiro (HAC), que estava marcada para junho, seja reagendada.
“Meu retorno estava marcado para o dia 23 de junho. Mas um dia antes me ligaram pra desmarcar a consulta. Até entendo, por causa da pandemia, só que não entraram mais em contato. Eu ligo pra lá, dizem que não têm previsão de agendamento”, disse Idelete.
O Núcleo de Primeiro Atendimento Cível da Defensoria Pública no Centro tem recebido diariamente demandas de urgência para marcação de consultas, especialmente nas especialidades de urologia, ortopedia, oftalmologia e ginecologia. Segundo a Defensora Pública Renata Duarte, ainda que o atendimento esteja sendo retomado aos poucos por motivos de segurança contra o contágio do novo coronavírus, a lentidão na remarcação preocupa a Defensoria.
A Tribuna questionou a prefeitura sobre como estão sendo feitas as marcações e remarcações de consultas e exames. O município respondeu que os atendimentos das especialidades citadas vêm sendo realizados com datas e horários marcados, e os pacientes sendo contatados através de telefone por parte das unidades de saúde. A prefeitura disse também que muitos pacientes mudam os números de telefone ou não atendem as ligações, o que dificulta a localização para a remarcação dos procedimentos.
Ainda segundo a prefeitura, o Centro Municipal de Ortopedia não abriu novas agendas. O atendimento realizado atualmente no local se restringe à demanda gerada durante a pandemia. E esclareceu que já atendeu a metade dos 6 mil pacientes da fila de espera.
Em relação à paciente citada, Idelete Cristina Brand, a prefeitura esclareceu que o atendimento não foi realizado devido ao afastamento da médica que faria a consulta, por motivos pessoais. Esta semana, o Hospital Alcides Carneiro entrará em contato com a paciente para realizar um novo agendamento com outra médica e, desta forma, dar agilidade aos procedimentos necessários.
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