• Quando o primeiro vira terceiro

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  • 05/04/2017 12:00

    De forma geral estamos acostumados com a terceirização. É comum lidarmos com a faxineira, jardineiro e motorista. Mas algumas terceirizações são agora menos comuns como, por exemplo, a empregada doméstica.

    E o que é terceirização? É passar para outra pessoa ou empresa uma atividade que não sabemos fazer. Ou atividades que, apesar de sabermos fazer, tirariam o foco principal do nosso dia-a-dia como, por exemplo, o nosso trabalho. 

    Por essa explicação fica claro o seguinte: a gente nunca terceiriza uma pessoa ou uma empresa para trabalhar em nosso lugar, certo? Pois essa é a atividade que realmente traz dinheiro para a nossa vida. É nossa atividade fim. E queremos garantir que essa seja executada sobre nosso total controle. Não é verdade?

    E, até então, era assim mesmo que funcionava nas empresas. A atividade fim não podia ser terceirizada. Com a mudança aprovada no Congresso, isso caiu por terra e uma polêmica está no ar. Isso é bom ou ruim?

    Na minha visão há ganhadores e perdedores nessa “brincadeira”.

    Quem imediatamente sai perdendo são os Sindicatos, pois a empresa contratante terá, em cada empresa terceirizada, um sindicato diferente, onde antes havia um sindicato principal e majoritário: o da atividade fim. Desta forma o sindicato da área fim perde representatividade na empresa contratante.

    E quanto aos empregados dos terceiros? Eles deverão ter carteira assinada, normalmente, como anteriormente. Mas e quanto aos salários? Devemos lembrar que um dos objetivos da terceirização é diminuir custos para a empresa contratante.

    E a empresa terceirizada tem que ter lucro, correto? Pela lógica, para a terceirizada ter lucro, temos duas alternativas: ela “aluga” a mesma quantidade de pessoas que antes trabalhava na contratante, onde cada uma delas terá salário menor ou ela “aluga” uma quantidade menor de pessoas, garantindo a mesma produtividade anterior. Na primeira opção garante-se a mesma quantidade de empregos com salário menor e na segunda mantêm-se os salários, mas emprega-se menos pessoas.

    Como você vê, somente com essa simples análise superficial, podemos criar polêmica. Imagina se avaliarmos o país com milhões de empresas, dos mais diversos ramos, que podem ter atividades terceirizadas. Aí está o motivo dessa confusão toda, onde cada um olha apenas para seu “quadrado”. E vai ganhar quem tiver o “quadrado” maior e mais representativo. E você? Está em qual “quadrado”?

    mairom.duarte@csalgueiro.com.br.

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