Quando a economia de corrida depende da biomecânica
Para um corredor atingir a maior velocidade e sustentá-la pelo maior tempo possível depende basicamente de dois modelos de desempenho que representam a economia de corrida: o fisiológico e o biomecânico. O fisiológico se refere ao VO2 máximo, o Limiar anaeróbio e o tempo de maturação.
O modelo biomecânico se refere à técnica de corrida, à força de reação do solo, à amplitude articular e toda a harmonia e domínio do gesto motor da atividade. Os primeiros estudos relacionando variáveis cinemáticas da corrida com a economia da corrida partiu de Williams e Cavanagh 1987 que deu suporte para estudos posteriores. O modelo biomecânico para a economia da corrida depende, do ângulo do joelho quando o pé toca o solo, a máxima flexão do quadril, do joelho e plantar, além da oscilação vertical. Traduzindo. Corredores que tocam o solo com o calcanhar, geralmente esticam muito a perna na fase de aterrissagem e o pé toca o solo à frente do joelho com a perna toda esticada e não em baixo na linha vertical. Para aterrissar tocando o solo com o meio do pé o corredor levanta a coxa aumentando a flexão do quadril ou, como chamam alguns treinadores, ângulo de ataque fazendo com que o tempo de vôo e a passada sejam maiores e mais suaves. Corredores que dominam bem o gesto motor a oscilação vertical é em torno de 5 cm ou 2 polegadas. Ou seja, o atleta visto de lado correndo, a altura do vôo não passa dessa medida. O corredor não pula, literalmente “voa baixo” como se diz no popular. Corre para frente e não para cima. Consegue-se isso com treinos educativos, fortalecimento e alongamento específico. Em tempo. Não confundir treino educativo com funcional. Também não significa que todo mundo tenha que correr certinho assim. Alguns corredores de elite do passado não tinham passada teoricamente certa e venciam provas importantes. Prof. Moraes
Literatura Sugerida: TARTARUGA, L.A.P.M.P, Tartaruga, J. L. Ribeiro, M. Coertjens, L.R. Ribas e L. F. M. Kruel. Correlação entre economia de corrida e variáveis cinemáticas em corredores de alto nível. Revista Brasileira de Biomecânica – v.5, n.9, p. 51-58. 2004.