• Protetores de animais pedem mais atenção e iniciativas do poder público

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  • 08/01/2023 08:58
    Por Helen Salgado

    É fato que o número de animais abandonados em Petrópolis vem crescendo consideravelmente nesses últimos anos. Com isso, o trabalho dos protetores de animais também aumentou. Em contrapartida, o reconhecimento e iniciativas do poder público não acompanha o trabalho desenvolvido e incansável dos protetores.

    Todas as ONGs e protetores da causa animal cadastrados na Prefeitura têm o direito de expor produtos em barracas disponibilizadas pelo município a fim de conseguir verba para arcar com os custos dos animais acolhidos. No entanto, Andréa Santos, protetora há 15 anos e fundadora do Proteção Cão Amor, diz que as barracas estão furadas e que a Comdep não tem compromisso com os protetores.

    “Fazemos bazar há uns oito anos e as barracas nunca foram boas, todas sem manutenção e furadas. Desde o ano passado, começaram a não montar e nos deixar na mão ou quando montam, colocam a barraca verde pequena de artesanato que não tem lateral e molha tudo. A única ajuda que temos hoje é para trabalhar no bazar”, relata.

    Com Andréa estão 67 cães. Ela afirma que o trabalho tem sido cansativo e que os protetores precisam de ajuda do poder público. Como sugestão, ela cita os convênios com clínicas e castração em massa e mensal, o apoio para os protetores nas vendas do bazar com material, barracas, mesas, cadeira e todo suporte. Além disso, ela pede mais espaço, inclusive nos eventos da cidade. 

    Para a protetora, o trabalho de conscientização nas escolas também é fundamental para que o número de animais abandonados na rua diminua. “Inclusive tenho uma cartilha que tento há anos implementar nas escolas. O animal doméstico faz parte da família”, afirma.

    Para conseguir dar lar aos peludos abandonados, Andréa enfatiza que é necessário realizar feiras de adoções mensalmente. “Até para o turismo, é chato chegar numa cidade e ver muitos animais abandonados e cadelas no cio. Se tivéssemos um apoio maior, faríamos muito mais”, diz.

    Falta apoio aos protetores

    Desamparo: esse é o sentimento que Andréa e os outros protetores sentem. “Sim. Nos sentimos desamparados. Não nos escutam, não nos implementam em nenhum projeto, estamos enxugando gelo e poderia ser diferente se tivéssemos mais apoio”, conta. 

    Carlos Eduardo Pereira, responsável pelo Grupo de Assistência e Proteção aos Animais (GAPA), lembra que hoje o município possui duas frentes de ajuda e proteção aos animais: a Coordenadoria de Bem-estar Animal (COBEA) que possui equipe, mas não tem verba e recursos para tomar iniciativas representativas na cidade.

    A outra frente que a Prefeitura atua diz respeito às castrações realizadas uma ou duas vezes por ano. Em 2022, foram duas ações desse tipo realizadas na cidade. Carlos lembra que foram castrados cerca de 1.200 cadelas por ação. “É claro que isso é bom, mas é absolutamente insuficiente. O que a gente precisa é que a gente tenha um programa permanente de castrações na cidade”, sugere.

    O protetor lembra que Petrópolis possui um castra móvel adquirido ainda na gestão do ex-prefeito, Bernardo Rossi. O trailer de pequeno está parado por falta de equipamentos.

    “Se implantar esse castra móvel, comprar os insumos, contratar os médicos veterinários e uma estrutura de funcionamento, já há um programa efetivo. No futuro, se a Prefeitura quiser ampliar esse programa efetivo, basta comprar mais um ou dois castra móveis para espalhar esse processo. O que não podemos ficar é dependendo de uma oportunidade ou sobra de recursos para se contratar a vinda de uma equipe de São Paulo”, relata.

    Hoje, o GAPA possui 85 animais, entre cães e gatos alojados em lares temporários. O grupo só doa animais vermifugados, castrados e vacinados. Com o objetivo de conseguir lares permanentes para os peludos, o GAPA realiza feiras de adoção todos os primeiros e terceiros sábados do mês.

    Questionamos a Prefeitura sobre as iniciativas em prol dos animais neste ano e à respeito do fornecimento de novas barracas aos protetores, mas até o fechamento da matéria, não tivemos retorno.

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