Protetores de animais e Cobea registram aumento no número de atropelamentos
Na cidade, um triste episódio tem se repetido: animais atropelados em vias públicas. De dezembro até agora, cerca de 20 cães foram atropelados. Só nesta semana, mais três. A situação preocupa protetores dos animais e a Coordenadoria de Bem Estar Animal – Cobea, que tentam alertar a população sobre o perigo dos animais soltos nas ruas e o cuidado no trânsito para que este tipo de acidente não aconteça.
Na tarde do último domingo, um cão foi atropelado por um ônibus da empresa Cidade Real na Rua Paulino Afonso, no Centro. O animal foi socorrido por populares e protetores dos animais e levado para uma Clínica Veterinária. Mas, infelizmente, não resistiu aos ferimentos e morreu. Na terça feira outro cão foi atropelado, por um carro de passeio, na localidade conhecida como Chapa 4, no Valparaíso. O animal foi socorrido por protetores dos animais e, apesar dos graves ferimentos, passa bem.
Esses casos são consequência de dois problemas que tem acontecido na cidade. Os animais domésticos que são criados soltos, ou seja, fora do quintal da residência. E o segundo problema é a negligência de motoristas. Animais domésticos que possuem tutores não devem ficar soltos nas vias públicas sem supervisão. Porque correm para o meio dos carros e acabam sendo atropelados.
Outros animais já idosos, não tem agilidade para atravessar a rua, e acabam sofrendo o mesmo destino.
“O animal não deve ficar solto na rua, porque fica sujeito há uma série de problemas como: atropelamento, envenenamento, fica exposto a doenças e maus tratos”, completou a Coordenadora da Cobea, Elisabete Amorim.
O segundo problema, que é ainda mais grave, é a falta de sensibilidade dos motoristas. Falta paciência para aguardar o animal acabar de atravessar. Ou, o que é ainda mais triste, quando cão é atropelado, o motorista não percebe, e não presta socorro.
Em agosto do ano passado, um caso de um cão atropelado no Centro da cidade por um ônibus causou grande comoção na população. Elisabete da Cobea conta que, na ocasião, foi entregue um ofício as empresas de ônibus para que os motoristas fossem melhores orientados sobre os cuidados com os animais no trânsito, e as medidas que devem ser tomadas em caso de acidente.
No Brasil, ainda não há regulamentação específica para casos de atropelamento de animais. No entanto, no município, nestes casos vêm sendo aplicado o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, n° 9.605/1998, que determina detenção ou multa para aquele que praticar ato de abuso, maus tratos, ferimentos ou mutilação em animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. E ainda, o Código de posturas do município entre os artigos 60 e 63 determina penas entre leve, grave e gravíssima para pessoas que deixam animais soltos nas vias públicas ou, assim como a lei de crimes ambientais, ferem os animais.
Mas o que fazer em caso de atropelamento? A primeira coisa que deve ser feita é socorrer o animal. Na maioria dos casos registrados na cidade, as vítimas não foram socorridas. Domingos Galante, membro do Grupo Cão Companheiro, que ajudou no socorro de vários destes animais, conta um pouco da dificuldade que tem encontrado.
“Tem muitos motoristas displicentes, sem coração, que não socorrem as vítimas. Precisa de punição, ações que orientem os motoristas no trânsito. Alguma coisa tem que ser feita. São cães, gatos, capivaras sendo atropelados por motoristas de ônibus e particulares, que não socorrem”, lamentou Domingos.
Nestes casos, em que o motorista se recuse a prestar o socorro, a Coordenadora da Cobea indica que as testemunhas denunciem o caso. “Qualquer pessoa pode e deve denunciar. É importante anotar a placa do carro e guardar as provas como: fotos, vídeos e mais testemunhas, se houver. Os responsáveis devem arcar com as despesas médicas e poderão ser punidos de acordo com a legislação”, disse.
Sobre o acidente que ocorreu no último domingo, a Cidade Real informou que um representante da empresa esteve no local para acompanhar o caso, mas o animal não resistiu. E afirmou ainda que o motorista que estava conduzindo o ônibus no dia do ocorrido atua na profissão há mais de 30 anos e nunca se envolveu em acidentes.