• Proposta de mudança de local da Festa Afro-Brasileira para subsolo da Casa Barão de Mauá gera polêmica

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  • 13/10/2018 21:30

    A informação de que o Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE) sugerira o uso do estacionamento e subsolo da Casa Barão de Mauá para a realização da edição deste ano da Festa da Cultura Afro-Brasileira causou uma grande polêmica. Isto porque, os espaços do casarão histórico eram destinados aos serviçais durante período da escravidão. Uma nota de repúdio foi divulgada em rede social pelo Afro-Serra – Movimento de Resistência da Cultura Negra em Petrópolis e o assunto também foi discutido durante sessão da Câmara de Vereadores. Nesta quarta-feira (10), a Prefeitura desmentiu veementemente que tenha feito tal sugestão e garantiu que o evento acontecerá no Palácio de Cristal, assim como as demais festas culturais. 

    O tema foi debatido nesta quarta-feira (10) durante a reunião do Conselho Municipal Pela Igualdade Racial (Compir), realizada na Casa dos Conselhos. O local e data definidos foram divulgados: a festa será no Palácio de Cristal entre os dias 17 e 20 de novembro. A data e local teriam sido confirmadas somente na última sexta-feira (5), já que o atrativo turístico estaria sendo solicitado para a realização do Natal de Luz, justamente na semana de novembro que valoriza a cultura afro-brasileira. 

    Além da nota de repúdio do Afro-Serra, a polêmica passou pelo Palácio Amarelo. O vereador do PSD, Leandro Azevedo, denunciou a suposta mudança de local da festa na tribuna da Câmara na última terça-feira (9). Segundo a chefe de gabinete do vereador, Rosângela Stumpf, que esteve presente na reunião do Compir, uma comitiva de representantes de movimentos negros esteve no gabinete do vereador para levar o caso.

     “Foi feita a denúncia de que o local que estava sendo escolhido era o estacionamento da Casa Barão de Mauá, não só ali. Também estava sendo oferecido o subsolo do casarão, local onde ficavam os escravos”, relatou Rosângela. 

    Leandro Azevedo é presidente da Comissão de Direitos Humanos. Nesta quarta, o assunto voltou a ser discutido por vereadores durante a sessão da Câmara. Outro local teria sido sugerido para a festa: a própria Casa dos Conselhos, anexo ao prédio Sérgio Fadel, onde funciona a Prefeitura de Petrópolis.

    A equipe de reportagem da Tribuna tentou falar nesta quarta-feira com a autora do post, porém ela não retornou as ligações. 

    A presidente do Compir, Edna Queiroga, esclareceu que a festa sempre foi realizada por meio do conselho e que em momento algum houve sugestão por parte do IMCE para uma mudança de local. “Não há veracidade no conteúdo do que foi divulgado”, afirmou. “O governo é um parceiro do evento, não temos o que reclamar”, reiterou o vice-presidente do Conselho Municipal Pela Igualdade Racial, Marco Antônio Cezar. 

    Por meio da Assessoria de Comunicação, “o Instituto Municipal de Cultura e Esportes e a Prefeitura lamentam que a presidente do Afro Serra, Mônica Valverde, tenha publicado em redes sociais uma informação inverídica e que leva as pessoas a serem induzidas ao erro. A festa da cultura Afro, que faz parte do calendário oficial da cidade, é realizada no Palácio de Cristal, tradicionalmente, como todas as demais e ainda com um sentido maior na ocupação do espaço, visto que o Palácio foi palco de momentos importantes da história no período abolicionista. A 'informação', a que a presidente da entidade se refere, teria sido passada 'por um vereador de oposição', segundo as suas próprias palavras quando argüida pelo IMCE pela inveracidade de suas declarações. À imprensa, o IMCE está disponível para sempre dirimir quaisquer dúvidas e confirmar informações. Aos petropolitanos manifestamos nossa indignação de estarem sendo induzidos por informações irresponsáveis e equivocadas justamente em uma época em que o combate às fake news é tão importante”.

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