• Proposta de Bolsonaro sobre ICMS foi feita há 1 ano, mas nunca foi ao Congresso

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  • 05/02/2021 14:30
    Por Emilly Behnke / Estadão

    A ideia do presidente da República, Jair Bolsonaro, de enviar um projeto ao Congresso para fixar o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis não é novidade. Um ano atrás, em 2 de fevereiro de 2020, o chefe do Executivo fez a mesma promessa. Ele, contudo, nunca chegou a enviar uma proposta sobre o assunto, como anunciou que faria.

    Em entrevista coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 5, Bolsonaro afirmou que o governo estuda encaminhar um projeto que fixe o valor do ICMS ou que determine a incidência do imposto estadual no preço dos combustíveis vendidos nas refinarias. A declaração foi feita após reunião com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o ministro Paulo Guedes, da Economia, e outros membros da equipe ministerial.

    No ano passado, em sua página oficial no Twitter, Bolsonaro já havia sugerido as mudanças e criticado a dinâmica atual de cobrança ao afirmar que, “como regra, os governadores não admitem perder receita, mesmo que o preço do litro nas refinarias caia”.

    “O que o presidente da República pode fazer, para diminuir então o preço do diesel/gasolina para o consumidor? Mudar a legislação por Lei Complementar de modo que o ICMS seja um valor fixo por litro, e não mais pela média dos postos (além de outras medidas)”, escreveu Bolsonaro em fevereiro do ano passado em suas redes sociais.

    “O Presidente da República encaminhará proposta ao Legislativo e lutará pela sua aprovação”, acrescentou.

    A proposta foi revivida nesta semana pelo governo que estuda alternativas de atender a demanda de caminhoneiros, insatisfeitos com o aumento do preço do óleo diesel.

    Segundo o presidente, estudos sobre o assunto estão sendo feitos para avaliar a viabilidade da proposta.

    De acordo com o anúncio de Bolsonaro desta sexta, o valor fixo do ICMS seria determinado pelas assembleias legislativas de cada Estado.

    A ideia, contudo, deve enfrentar resistência de governadores, que têm hoje no ICMS uma grande parcela da arrecadação estadual.

    O tema também não foi debatido ainda com os recém-eleitos presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do Senado.

    Apesar das propostas em estudo pelo governo, Bolsonaro também afirmou que o Executivo está aberto para sugestões do Congresso sobre alternativas para dar “previsibilidade” aos preços dos combustíveis.

    Segundo ele, o interesse do governo é buscar a solução e não quem será o “pai do projeto”.

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