Propagação de Fake News no pós tragédia provoca medo e assusta petropolitanos

Nessas três semanas da tragédia, além do cenário de tristeza e destruição, os petropolitanos tiveram que lidar com a desinformação. As chuvas do dia 15 de fevereiro, ocasionaram a maior tragédia por causas naturais da cidade, foram 233 vítimas fatais até agora, centenas de casas totalmente destruídas, e mais de 2 mil pessoas desabrigadas. Somado a esses números, quem acompanhava as informações do incidente em tempo real, se depararam com motivos para se assustar ainda mais: a propagação de notícias falsas, ou popularmente fake news. 

É FALSO que o prefeito Rubens Bomtempo recusou ajuda de outros municípios

A primeira delas, informava que o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, teria recusado ajuda de outros municípios no trabalho de busca por desaparecidos e na limpeza da cidade. A notícia que ganhou maior repercussão, foi de que Bomtempo teria impedido profissionais da prefeitura de Magé a ajudar nos trabalhos em Petrópolis, e teria rejeitado inclusive a ajuda com maquinário. Bomtempo divulgou um vídeo em suas redes sociais desmentindo as fake news e agradecendo ao prefeito de Magé, Renato Cozzolino, e prefeitos de outros municípios pela ajuda enviada ao município. 

É FALSA a notícia de que haveria risco de rompimento de adutora em Corrêas 

Três dias da tragédia, em outra parte da cidade, outra fake news se espalhou assustando pessoas que estavam na região de Corrêas. De acordo com as informações que circulavam, uma tromba d’água estava caindo no local com sérios riscos de inundações no local. O temor era de que uma suposta adutora poderia romper e inundar a região. Mais tarde, a informação foi desmentida, o prefeito Rubens Bomtempo divulgou um novo vídeo nas redes sociais esclarecendo que a informação é falsa. 

É FALSO que voluntários médicos foram expulsos do Colégio Rui Barbosa

A fake news que ganhou maior repercussão nas redes sociais, se tratava da suposta expulsão de voluntários médicos que ajudavam no atendimento às vítimas da tragédia no Colégio Estadual Rui Barbosa. A informação ganhou desdobramentos maiores ainda, já que uma mensagem que circulava junto com o vídeo dizia que para atuar no lugar do grupo, a prefeitura de Petrópolis teria contratado uma empresa de saúde “filiada ao PT”. 

“Prefeito de Petrópolis, expulsa todos os voluntários que o governo federal enviou pra lá. Em caráter emergencial e quer contratar firma terceirizada, filiada ao PT”, diz o texto que era compartilhado junto com o vídeo de uma mulher indignada relatando a suposta expulsão.

A Agência de checagem Lupa analisou a informação e constatou que ela é falsa. Segundo a Lupa, “não há no Portal da Transparência de Petrópolis e no Diário Oficial do município qualquer registro acerca da contratação de empresas para prestar atendimento às pessoas desabrigadas”. Na ocasião, a Prefeitura informou à Lupa por meio de nota que “Nenhuma empresa foi contratada. A Prefeitura está abrindo seleção para contrato emergencial e temporário de auxiliar de serviços gerais, orientador social, assistente social e psicólogos”. 

A Lupa também checou a informação compartilhada no vídeo com o Governo Federal. Por e-mail, o Ministério da Saúde confirmou à Agência que “enviou profissionais da Força Nacional do SUS para prestar auxílio no atendimento às vítimas da chuva. Eles fazem parte do quadro de servidores da Saúde e, portanto, não são voluntários – todos recebem remuneração pelo serviço prestado”.

Em relação ao gerenciamento de voluntários, por meio de nota, “a prefeitura negou que haja expulsão de pessoas que se prontificaram a auxiliar no atendimento às vítimas do desastre natural. Disse que houve apenas o remanejamento de alguns profissionais para ampliar a prestação dos serviços e que solicitou um cadastro dos voluntários para “garantir a segurança dos atendimentos e evitar fraudes”, de acordo com a checagem da agência. 

É FALSA a mensagem que diz que Defesa Civil está contratando técnicos 

A última Fake news que precisou ser desmentida, neste sábado (06), era uma mensagem que circulou por grupos de mensagens que dizia que a Defesa Civil de Petrópolis estava contratando de forma imediata engenheiros, geólogos e técnicos em edificações, com salários que variam de R$ 3.000 a R$ 6.000. 

Em nota à imprensa, a Prefeitura de Petrópolis informou que são falsas as notícias disseminadas em grupos de comunicação por aplicativo. O Governo Municipal reforçou ainda que contratações para o órgão público são feitas por concursos e que qualquer processo seletivo emergencial é publicado em Diário Oficial.